Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Avanços na Medicina Que Exigem Cautelas Nos Seus Usos

14 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: a força da indústria de medicamentos, artigo no The Washington Post, constantes mudanças nos conhecimentos científicos relacionados com a saúde

Muitos dos conhecimentos relacionados com a cardiologia mudam com certa frequência diante da ampliação dos medicamentos disponíveis, mas, como sempre existem grandes interesses da indústria farmacêutica, há que se utilizar as experiências de médicos com comprovadas experiências.

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Duas respeitáveis organizações que têm mudando suas recomendações

Um artigo publicado por Ariana Eunjung Cha, publicado no site do The Washington Post, informa que US Preventive Services Task Force anunciou novas orientações sobre o uso de medicamentos que reduzem o mau colesterol (LDL), considerando um quadro mais abrangente do risco de acidentes cardiológicos como de AVC (acidente vascular cerebral), considerando também o peso e a pressão arterial, bem como outros fatores do estilo de vida, recomendando que os médicos sejam consultados. As orientações do American College of Cardiology e da American Heart Association já vinha alertando sobre a necessidade de mudanças desde 2013.

É preciso que as recomendações norte-americanas sejam consideradas nas formas de vida nos Estados Unidos, que nem sempre são uniformes em todo o mundo, havendo ligeiras diferenças com as dos europeus. Os padrões japoneses, por exemplo, diferem um pouco, pois as alimentações dos orientais costumam combinar ingredientes que neutralizam produtos com colesterol. Portanto, médicos experientes que conhecem todos os hábitos devem ser consultados, pois alguns medicamentos novos também combinam princípios ativos que se ajudam em determinados aspectos, podendo comprometer outros órgãos igualmente vitais para a vida como o fígado ou o rim. A exagerada especialização norte-americana nem sempre considera a observação do conjunto de todos os fatores.

A equipe independente que fez a avaliação toma muitas cautelas nem sempre consideradas pelas duas principais organizações científicas relacionadas com os problemas cardíacos e circulatórios. A idade é mais enfatizada pela equipe, bem como os cuidados com o conjunto das medicações, tendendo a ser mais conservador. Na realidade, existem limites que devem ser flexíveis, nem sempre sendo unânimes os equilíbrios entre os riscos. Como em tudo na medicina, não se trata de uma ciência exata, havendo incertezas e variações entre pessoas, dependendo de sua carga genética.

Estas recomendações acabam influenciando no comportamento das agências de seguro dos Estados Unidos. Como estes assuntos são médicos, nem sempre os leigos devem seguir suas recomendações sem consultar seus médicos, de preferência os que os atendem habitualmente, conhecendo as suas diversas formas de vida, inclusive as cargas que vêm dos seus ascendentes, sabendo-se que nem tudo é matemático (sabe-se que também existem duas matemáticas, a que nasceu nos cérebros humanos e a que se baseia na realidade das observações). É tudo muito mais complexo do que se imagina.