Comunicação Corporativa Direcionada para Públicos Diversos
30 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a importância da comunicação social, diferentes públicos, principalmente das empresas
O Valor Econômico vem promovendo mesas-redondas como a que realizou em parceria com a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, cujos trabalhos constam do suplemento setorial Comunicação Corporativa, reconhecendo que os seus diferentes públicos não aceitam passivamente comunicados, mas também desejam ser ouvidos em muitas questões.
Capa do suplemento setorial que vale a pena ser lido integralmente
O desafio atual da comunicação corporativa é que seus diferentes públicos não aceitam mais simplesmente o que lhes são enviados, mas desejam também manifestar suas opiniões. Nota-se que mesmo de forma emocional e pouco analisada a sociedade deseja participar com suas opiniões, mesmo nas manifestações populares e públicas, que algumas vezes alguns grupos desejam manipular.
Certamente, a internet e todas as formas de comunicação social ganharam velocidade e diversidade, mas, infelizmente, nem sempre com a profundidade desejada. Estudos e reflexões nem sempre são efetuados, acabando simplesmente em opiniões sem contribuições mais fundamentadas.
Ainda que muitos acadêmicos também estejam participando destes debates, tudo indica que, se não forem acompanhados das experiências de cargos de responsabilidade sobre as decisões, acaba se ficando em posições teóricas que são normalmente simplificações da realidade. Há necessidade de um pragmatismo, pois os executivos nem sempre fazem o que desejam, mas o que podem, com todas as limitações impostas pela realidade.
Todos concordam que aspectos éticos devem estar contidos nas ações empresariais, mas nem sempre o que isto significa na prática é compreendido adequadamente. Muitos profissionais não possuem um cabedal humanístico para entender as diferentes culturas e todos nós tendemos a considerar corretas as que aprendemos, sem poder compreender totalmente que podem existir outros valores e outras interpretações respeitáveis.
Um caso típico é a diferença da democracia liberal ocidental com a que sofreu influência de posições como as ensinadas por Confúcio, que acaba resultando em sociedades hierarquizadas como as asiáticas, onde os transmissores da cultura acabam tendo uma posição diferenciada daqueles que estão aprendendo.
Parece recomendável que se tenha posições mais abertas possíveis para admitir que ninguém é dono da verdade, havendo muitas interpretações possíveis, dependendo do ponto de vista.
Com os problemas recentes por que passa o Brasil, nem todos se dão ao trabalho de examinar as questões dentro de uma perspectiva de prazo mais longo, como as distorções existentes no setor petrolífero desde a sua descoberta no século XIX. Também nem tudo que foi absorvido do exterior é entendido, imaginando que o país tem uma história específica que difere da dos demais países.
A difícil posição de se chegar a um razoável equilíbrio, considerando todas as limitações humanas, nem sempre é adotada até pelos que estão encarregados de julgar muitas questões. Os casos dos acordos de leniência são exemplos, onde as conveniências nacionais acabam permitindo reduções de penas, que também não podem ser exageradas e repetitivas a ponto de estimular novas irregularidades.
O mundo é muito mais complicado do que parece a muitos.