Defesas Contra Terremotos no Japão
3 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: construções atuais e de algumas décadas passadas, formas de minimizar os efeitos dos terríveis terremotos, problemas no Japão, tecnologias para reduzir seus impactos
Para quem já passou por terremotos, mesmo não sendo os mais violentos, sabe que eles não são agradáveis, dando uma sensação de falta de chão para as vítimas. As recentes tecnologias de construção dos grandes edifícios no Japão estão encontrando formas para minimizar os seus danos, mas existem regiões nas proximidades das falhas geológicas que estão mais sujeitas a estes fenômenos inevitáveis. Bem como edifícios antigos, que necessitam ser adaptados.
Foto de edifícios elevados em Tóquio
Tóquio foi arrasada por um terremoto de 7,9 graus em 1923 e se prevê que depois de 200 a 400 anos haja outro de cerca de 8,0 graus possa ocorrer, como também em outras cidades como San Francisco e Los Angeles, nos Estados Unidos, localizadas próximas às falhas geológicas. No início do século XX, não havia edifícios muito altos naquela capital japonesa, mas as construções da época utilizavam muitas madeiras e papéis, favorecendo a propagação de incêndios, pois as casas estavam aglomeradas em ruas estreitas. Eu, tendo passado por algumas experiências desagradáveis naquela metrópole, posso afirmar que nas grandes construções as sensações diretas são menos acentuadas e nas pequenas casas de madeira tudo treme, como se fossem desabar, provocando ruídos assustadores de madeiras rangendo nos atritos com as outras, com os pisos parecendo faltar, não permitindo descer uma escada com facilidade.
Hoje, existem edifícios de mais de 210 metros em Tóquio e os abalos no seu topo são mais fortes, mas não há notícias de desabamento de algum prédio. As tecnologias utilizadas atualmente permitem certa flexibilidade nos movimentos nas suas estruturas, havendo em alguns casos pêndulos que contrabalançam estes edifícios. Também existem fibras plásticas de alta resistência que impedem a queda de paredes ou revestimentos, pois seu desmoronamento pode provocar muitas mortes.
Mas também existem grandes edifícios construídos há algumas décadas que necessitam de adaptações para as tecnologias hoje disponíveis. O assunto está sendo tratado no artigo de Hidetoshi Takada no site do The Japan Times. As construtoras estão colaborando com as autoridades para constantes aperfeiçoamentos destas tecnologias.
Os japoneses temem muito os edifícios elevados nos terremotos, como ocorreu em Kobe, que não era considerada uma área de alto risco. Como muitos caminhões transportam combustíveis, podem se inflamar. Além da intensidade do tremor, que pode ser sentido lateral ou de cima para baixo (este considerado mais perigoso), a sua duração pode ser mais prolongada nos altos edifícios e técnicas estão sendo utilizadas para reduzir os abalos em 20 a 25% e a duração em 50%. Originalmente, estas tecnologias eram utilizadas para evitar os impactos dos ventos nos edifícios elevados.
Além das tecnologias, existem exercícios constantes para a rápida evacuação dos prédios, havendo os que comportam o movimento de seis mil pessoas, de forma que os serviços de proteção civil sejam utilizados de forma mais eficiente possível.