Energia Elétrica no Brasil
4 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist, inconveniências das hidroelétricas na Amazônia, possibilidades eólicas e solares, pouco esclarecimento da opinião pública brasileira | 2 Comentários »
Às resistências de hidroelétricas na Amazônia encabeçadas pelos indígenas que dependem parcialmente dos fornecimentos das florestas para a sua sobrevida, somam-se as alternativas ecológicas de gerações elétricas a partir de fontes solares, eólicas e a gás.
Mapa das cogitações de aproveitamentos hidroelétricos na Amazônia, constante do artigo publicado no The Economist, que incluiu também Itaipu
Com a imprensa brasileira passando por uma profunda crise, alguns assuntos que deveriam ser de amplo conhecimento da população brasileira podem ser encontrados em revistas como The Economist, com mais profundidade, ainda que com algumas imperfeições nos detalhes, como o volume de inundações da usina de Itaipu. No artigo daquela revista, além da necessidade dos indígenas que dependem em parte dos fornecimentos da floresta, coloca-se que hoje a geração de energia eólica, solar e de gás se apresenta como competitiva diante das possibilidades de secas nas hidroelétricas, quando as utilizações delas ficam reduzidas exigindo complementações das termoelétricas. Discute-se no artigo também que as novas usinas na Amazônia utilizam técnicas de uso dos fluxos contínuos dos rios, sem grandes represamentos, mas que produzem pouco durantes as secas.
O Brasil que dispõe de muita insolação, ventos abundantes o ano todo e gás natural associado à exploração do petróleo conta com alternativas competitivas e precisa discutir amplamente a inundação de parte da floresta amazônica para a geração hidroelétrica, quando está se demonstrando que ela é fundamental para a preservação do clima que está se tornando extremamente irregular no mundo.
Não se trata de discussões emocionais das preservações dos indígenas que podem atuar contra a ecologia ou de apaixonados pela simples manutenção da biodiversidade amazônica, que também são importantes. O Brasil continuará aumentando o seu consumo de energia elétrica e necessita discutir as alternativas disponíveis e competitivas em matéria de custos, considerados todos os seus demais aspectos sociais e ecológicos.
Outro aspecto que não foi considerado pelo The Economist é a integração nacional do sistema elétrico que permite uso de usinas das diversas regiões do país, ainda que o potencial hidroelétrico utilizável esteja predominantemente na Amazônia.
Nenhum setor sofreu tanto com a gestão desastrosa do governo petista quanto o de energia.
A ex-presidenta conseguiu desestabilizar a Petrobras, ao segurar os preços dos combustíveis e fechar os olhos para a corrupção que se entranhou na empresa. Quebrou as pernas dos produtores de etanol, ao manter a gasolina barata demais nas bombas. Inviabilizou as concessionárias de eletricidade ao forçar a redução das tarifas de luz. O populismo tarifário, por sinal, está hoje na base da inflação alta e fragilizou o caixa do Tesouro Nacional, que foi obrigado a bancar subsídios.
O desastre foi claro. Na área de eletricidade, a mudança no marco regulatório com a Medida Provisória (MP) n° 579, editada em 2012, provoca efeitos negativos até hoje. A prova mais cabal de que a interferência do governo foi ruim está estampada nas faturas de energia de cada brasileiro. Muitos consumidores viram as contas de luz dobrarem de valor.
A intervenção do governo passado provocou também o endividamento das distribuidoras e das geradoras de energia, aumentou a inadimplência de consumidores, que se viram sem recursos para bancar o tarifaço iniciado no início deste ano, e na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e no mercado livre.
Chegou num ponto tão crítico que não há um interlocutor capaz de organizar a bagunça. Governo, agência reguladora, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Como se não bastasse, a política de segurar artificialmente os preços da gasolina, Dilma matou o setor sucroalcooleiro, mais de 400 usinas que o país já teve, 80 fecharam, outras 10 devem encerrar as atividades nos próximos meses e 66 estão em recuperação judicial.
Cara Julia,
Obrigado pelo comentário. Será que só o governo é culpado por esta calamidade?
Paulo Yokota