Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esperanças Com Estudantes Adolescentes

4 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: amplas repercussões nacionais com as falas de Ana Júlia Ribeiro, lições para os parlamentares, uma jovem com ideias claras, uso nas redes sociais | 27 Comentários »

clip_image002 Aqueles que tendem a desqualificar liminarmente os estudantes secundaristas que estão protestando com ocupações das escolas em todo o país, estão sendo obrigados a reconsider suas opiniões. Eles estão mais preparados que muitos adultos apegados ao passado e às formalidades

A estudante secundarista Ana Julia Ribeiro fala com elevada competência na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná

Poucas vezes, uma jovem adolescente conseguiu uma repercussão nacional com sua clara manifestação perante à Assembleia Legislativa de um estado com tamanha rapidez. As redes sociais ajudaram a disseminar a sua fala, o que a acabou qualificando até para falar a alguns senadores em Brasília, como está no You Tube entrando com “discurso Ana Júlia Ribeiro” na sua íntegra.

Seu pronunciamento inteligente e claro, centrado nos aspectos fundamentais da questão que está sendo discutida com a imposição da MP 746 modificando o ensino médio sem ouvir os estudantes. Enquadra-se no problema criado pela PEC 241 que impôs o teto para o gasto público, deixando a educação com algumas restrições. O episódio ganhou dramaticidade com a morte do estudante Lucas Eduardo Araújo Mota, também de 16 anos.

Ana Júlia rebateu as principais críticas formuladas contra os estudantes que ocupam as escolas, mostrando sua preocupação com o futuro do país, no qual ainda depositam confiança, não tendo posição partidária. Revelam a disposição de continuar lutando por decisões tomadas nas suas reuniões, mesmo contra a posição de poderosas forças. Com habilidade democrática e diplomática, vem mostrando um talento que faz jus à esperança depositada na juventude.

Ela convida os parlamentares a visitarem as escolas ocupadas para ver o que lá se faz, para discutir democraticamente os seus pontos de vistas que são respeitáveis. A maturidade atingida por estes estudantes é surpreendente, mostrando que, no curto período desta crise, eles aprenderam mais sobre política do que nos cursos ministrados.

Apesar da aparente confusão, prejudicando até os exames como os do ENEM deste ano, o episódio indica que os processos mais complicados estão ocorrendo no país, não havendo mais espaços para imposições das autoridades, pois estes nem sempre possuem argumentos razoáveis para coibir a participação de jovens estudantes nos destinos nacionais, notadamente nos aspectos relacionados à educação.


27 Comentários para “Esperanças Com Estudantes Adolescentes”

  1. Angelo Ishida
    1  escreveu às 03:02 em 6 de novembro de 2016:

    Minha opinião. Essa menina está sendo manipulada pelo seu pai, um militante petista.
    Outra coisa, se querem protestar então que façam nas ruas e não dentro de um prédio público atrapalhando os outros jovens que querem estudar. Desculpe meu desabafo,

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 18:19 em 7 de novembro de 2016:

    Caro Angelo Ishida,

    Não acredito muito nestas suposições. O que elas defendem é que a escola é delas, mas também acho que podem utilizar espaços públicos, mas acredito que as autoridades precisam também ouvir os estudantes quando tentam regulamentar a educação, que na minha modesta opinião deve proporcionar uma ampla formação humanística, sem exagero de especializações.

    Paulo Yokota

  3. Maria
    3  escreveu às 14:28 em 7 de novembro de 2016:

    Estranho que essa estudante Ana Julia Ribeiro e sua turma somente agora se reunirem e ocuparem as escolas contra a MP 746 e a PEC 241, mas nada fizeram contra a roubalheira na Petrobras, contra as pedaladas fiscais, contra o mensalão etc, porquê somente agora?

    Mais estranho ainda é que a MP 746 que propõe a diminuição do número de disciplinas obrigatórias no ensino médio já foi sugerida por Dilma em 2014, e naquela ninguém reclamou, inclusive este blog.

    Abaixo o link com o discurso de Dilma defendendo essa proposta:
    https://www.youtube.com/watch?v=Y29hTHIDk1s

    Por fim, a PEC 241 que impõe um teto nos gastos públicos não limita a educação, isso é uma falácia dessa gente ! Oras, esta emenda constitucional apenas impõe que o Estado escolha suas prioridades, que seja mais eficiente com o dinheiro público, impedindo que os governantes optem em aumentar os impostos, uma vez que existe um teto de gasto.

    Para os pelegos esquerdistas, cortar mordomias do funcionarismo público e melhorar a eficiência do governo seria a mesma coisa que cortar a educação?

    Lamentável este texto defendendo essa turma.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 18:14 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Maria,

    O problema com a indústria petroleira começou muito antes da Petrobrás, ainda no século XIX. Há muita literatura à respeito, mas é preciso estudar muito para ter uma compreensão razoável do assunto.
    `
    Paulo Yokota

  5. Ana
    5  escreveu às 14:48 em 7 de novembro de 2016:

    Pois é, essa menina chamada Ana Júlia Pires Ribeiro, que se diz participante de um “movimento apartidário”, nada mais é que a filha de Júlio Cesar Pires Ribeiro, petista de carteirinha, filiado ao PT desde 03/11/2000, segundo atesta o próprio Tribunal Superior Eleitoral.

    A idealização da “apartidária” desta adolescente Ana Júlia, louvada como “o futuro do Brasil” em uma matéria cheia de erros, totalmente acrítica, por parte deste site e boa parte da imprensa brasileira pelas posições radicais da estudante, só serve de combustível para manter essa invasão de escolas e estimular outras no futuro, eis a verdade.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 17:54 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Ana,

    Eu já passei da fase que condeno alguma pessoa por causa dos seus pais. Se os estudantes não lutarem pela melhoria do ensino, não espere que as “autoridades” sejam capazes de fazê-lo.

    Paulo Yokota

  7. Takeshi
    7  escreveu às 14:52 em 7 de novembro de 2016:

    Engraçado, ela diz que tem preocupação com o futuro do nosso país e ao mesmo tempo impede que os demais colegas possam estudar nessas escolas ou que possam prestar o ENEM, nada mais é que uma grande contradição!
    Não sei o motivo deste texto neste blog, será pra defender interesses de algum partido?

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 17:50 em 7 de novembro de 2016:

    Caro Takeshi,

    A vida é cheia de contradições. Não defendo hoje nenhum partido e estou preocupado com os muitos problemas pelos quais estamos passando, e procuro observar lições que podem ser obtidas até no exterior.

    Paulo Yokota

  9. Carlos
    9  escreveu às 15:04 em 7 de novembro de 2016:

    Gosto muito deste blog, principalmente porque é um site democrático e que não censura opiniões contrárias.

    Infelizmente, desta vez terei que discordar desta matéria, pois a estudante Ana Júlia, que rebateu as principais críticas formuladas contra os estudantes que ocupam as escolas mentiu descaradamente.

    Se duvida, veja a gravação no youtube provando esta farsa:
    https://www.youtube.com/watch?v=uMpnIlGDjB0

    Obrigado.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 17:46 em 7 de novembro de 2016:

    Caro Carlos,

    Acredito que os jovens tenham objetivos até generosos, e se alguns tentam manipula-los, nem sempre o conseguem. Parece natural que tentem alcançar até posições que não sejam realísticas hoje.

    Paulo Yokota

  11. Julia
    11  escreveu às 15:15 em 7 de novembro de 2016:

    Paulo, você concorda com a invasão dessas escolas?

    Sou leitora frequente deste site, e acho até justo que seja mostrado o contraditório, que toda as opiniões sejam divulgadas, mas dizer que esses jovens atingiram a maturidade foi um exagero…

    Claramente esses jovens estão sendo manipulados pelos mais velhos, não passam de massa de manobra de um grupo contrário ao governo, será que você não vê isso?

    De seu leitor assíduo,

    Abraços.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 17:32 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Julia,

    Parece claro que me referi a manifestação dela na Assembleia Legislativa e no Senado. Infelizmente, estes sites e seus comentários não permitem o tratamento profundo de questões de grande complexidade. Mas, a participação dos jovens nos debates parece saudável, e se comparado com o que acontecia no passado parece um bom início,.

    Paulo Yokota

  13. Paulo Yokota
    13  escreveu às 17:43 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Julia,

    Participo destes debates há mais de 50 anos, e comparando com o passado acredito que já houve muitos avanços, e acho que os jovens de hoje estão mais maduros comparados com os do passado. Acredito que muitos deles até aperfeiçoarão as suas posições presentes.

    Paulo Yokota

  14. Simone
    14  escreveu às 15:25 em 7 de novembro de 2016:

    “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades; não ataquem blindados, ataquem idéias.” (Antonio Gramsci)

    Gosto muito deste site, é preciso eliminar esses coxinhas e mercenários capitalistas.

    Gramsci é nosso héroi.

    Viva o COMUNISMO !!!!

    Viva CUBA !!!

    Este site faz muito bem em defender nossos ideais.

  15. Paulo Yokota
    15  escreveu às 17:26 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Simone,

    Respeito todas as opiniões, mas parece que as suas estão bem ultrapassadas.

    Paulo Yokota

  16. Kátia S.
    16  escreveu às 16:04 em 7 de novembro de 2016:

    A PEC 10/2013, que tenta acabar com o foro privilegiado em casos de crimes comuns, foi apoiada por inúmeros senadores de diversos partidos antes de ser apresentada na CCJ. Nenhum deles era do PT, do PCdoB ou do PSOL.

    Por que será que estes jovens não defende esta PEC, será porque muitos petistas políticos estão enrolados com a justiça, dai esses jovens protestarem somente contra o governo?

  17. Paulo Yokota
    17  escreveu às 17:23 em 7 de novembro de 2016:

    Cara Katia S.,

    Quando elogio o corajoso pronunciamento feito pela estudante na Assembleia Legislativa é porque vejo com satisfação a precoce participação política dos jovens, independente de que partidos tendam. Acho que os estudantes devem ser ouvidos em matéria de educação, não havendo necessidade de que se envolvam em outros assuntos dos quais ainda não têm conhecimento. Não me parece conveniente que se façam muitas suposições para algumas questões, como se sempre houvessem segundas intenções por trás.

    Paulo Yokota

  18. Roberto
    18  escreveu às 09:04 em 8 de novembro de 2016:

    Lendo os comentários acima parece que a maioria de seus eleitores reprovaram esta matéria.

    Pois o episódio citado acima foi uma crueldade sem limites, a jovem Ana Julia chegou ao local com discurso ensaiado para justificar as invasões e atacar a PEC 241 e o projeto Escola Sem Partido. Com um discurso repleto de mentiras, a jovem afirmou que “o movimento era apartidário”. Como se sabe, o movimento Ocupa Paraná é ligado à partidos de extrema-esquerda como PT, PCdoB, PSOL e PSTU. Na UBES e UNE por exemplo, todos os dirigentes são filiados ao PCdoB.

    A menina também repetiu a narrativa da extrema-esquerda de que “a PEC 241 é um ultraje, já que tira recursos da educação”.

    Essa é uma das principais falácias dos opositores do governo Michel Temer, já que a proposta apenas reforça o que está previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, impedindo o presidente de praticar pedaladas fiscais.

    A jovem reagiu afirmando que “o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes, pelos nossos estudantes é da sociedade, da família e do Estado”. Na verdade, sabe-se que pais, familiares e agentes do Estado foram impedidos de entrarem nas escolas pelos militantes de extrema-esquerda que coordenam as invasões. Foi nesse contexto que se deu a morte de Lucas Eduardo Mota.

    O episódio de usar uma menor de idade para fazer política é grave já que as mentiras contatadas pela jovem expõe ao repúdio popular nas redes sociais justamente no momento em que as invasões são mais rejeitadas pela sociedade.

    Para uma jovem ainda em formação, isso pode ter consequências psicológicas graves.

  19. Paulo Yokota
    19  escreveu às 14:31 em 8 de novembro de 2016:

    Caro Roberto,

    Obrigado pelo comentário. Como não sei a sua idade, fico com a impressão que os estudantes, na sua opinião, não devem se manifestar sobre os assuntos que os afetam diretamente.

    Paulo Yokota

  20. Ana Julía
    20  escreveu às 09:11 em 8 de novembro de 2016:

    Elogios corajosos ao pronunciamento feito pela estudante na Assembleia Legislativa pela precoce participação política de jovens, independente de que partidos pertençam é lamentável, pois uma coisa é participação política, outra coisa é ocupação de escolas, nenhum político sério em nenhum lugar do mundo ocupa escolas dizendo que está fazendo política.

  21. Paulo Yokota
    21  escreveu às 14:35 em 8 de novembro de 2016:

    Cara Ana Julia,

    Obrigado pelo seu comentário. Tenho a impressão que as autoridades não discutiram esta matéria nem com os estudantes ou com pessoas que se dedicam à educação. Eu sou a favor de uma formação humanística ampla, sem exageros de especializações precoces.

    Paulo Yokota

  22. Jonas
    22  escreveu às 09:20 em 8 de novembro de 2016:

    Fala sério, participação política precoce é invadir escolas?
    Faz me rir.

  23. Paulo Yokota
    23  escreveu às 14:24 em 8 de novembro de 2016:

    Caro Jonas,

    Apesar de respeitar o seu posicionamento, sempre acho que na época em que eu tinha a idade dela não teria nem a coragem de por a cara de fora. O que seria estranho que jovens tenham se tornado conservadores muito precocemente.

    Paulo Yokota

  24. Paulo
    24  escreveu às 11:58 em 9 de novembro de 2016:

    Entendo que a juventude deve ser ativa e ter uma formação humanista ampla, mas acho que jovens que defendem a ocupação de escolas privando colegas de estudarem ou prestarem o ENEN não é a maneira correta de agir, independentemente dos seus motivos.
    Existem muitos jovens que lutam pelo seus ideias no Brasil, como Kim Kataguiri, do movimento MBL, e eles não estão invadindo escolas, por que este site não mostra este belo exemplo ao invés de defender uma ação ilegal?
    Vindo desta menina até entendo a suas ações, pois jovens são fáceis de serem manipulados pelos mais velhos, agora fica difícil entender o motivo de pessoas adultas acreditarem que este movimento jovem é um exemplo a ser seguido.
    Enfim, formação ampla e humanista nada tem haver com desrespeito as leis.

  25. Paulo Yokota
    25  escreveu às 08:35 em 10 de novembro de 2016:

    Caro Paulo,

    As invasões das escolas são mínimas, haja visto que mais de 90% dos candidatos efetuaram as provas do ENEM. Se houvesse formas sem algumas transgressões, seria ótimo, mas não parece o que veio acontecendo ao longo da história. As revoluções americanas e francesas ocorreram contra o status quo daquela época, e tudo continuará evoluindo forçando as mudanças que nem sempre são de agrado dos que ainda detêm o poder. Acho estranho o jovem que não sonha com um futuro melhor, tentando mudar as coisas. Lamentavelmente, com respeito sagrado do passado não vejo como haja avanços. Se isto fosse possível, esteja certo que sou totalmente contra a violência.

    Paulo Yokota

  26. Rosa
    26  escreveu às 12:16 em 9 de novembro de 2016:

    Sou professora e tenho orgulho dessa juventude de hoje que estão lutando pelo seus ideias, pois quando era jovem não tinha coragem para protestar contra a ditadura, pois naquela época o simples protesto, mesmo na rua, era motivo de cadeia.
    Hoje, felizmente vivemos numa democracia que dá direito a livre manifestação, se fosse jovem agora com certeza estaria lutando pelos meus ideais sem medo.
    No entanto, acredito que devemos respeitar os direitos de todos, daqueles que não querem protestar também, acho que devemos ensinar as pessoas, como faço com os meus alunos, que esta jovem Ana Julia Ribeiro não é um bom exemplo a ser seguido, pois respeito aos direitos de todos é condição sine qua non, independente do motivo do protesto ser justo.

  27. Paulo Yokota
    27  escreveu às 08:28 em 10 de novembro de 2016:

    Cara Rosa,

    Eu que sou mais velho tive a experiência, quando era estudante universitário, em que a reforma imposta com a mudança do sistema de tradição francesa para a exagerada especialização norte-americana foi imposta sem que os estudantes tivessem a oportunidade de dar a sua opinião. É da natureza dos jovens não respeitarem tudo que veio do passado, até as coisas boas. Sem a ousadia deles não teríamos a evolução da sociedade. Se observarem o que acontece hoje na Europa e o que acontece no Japão, notamos que os europeus estão mais inconformados enquanto os japoneses aceitam tudo sem protestar muito. Ao longo da história, para superar o passado, sempre houve algumas transgressões, que acabam sendo acomodados, mais do que eu pessoalmente gostaria.

    Paulo Yokota