Filipinas e o Crescimento no 3º Trimestre de 2016
17 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: 1% anualizado, 7, investimentos elevados em 20%, o mais alto da Ásia, o Vietnã e a Índia, superou a China
Apesar da posse do controvertido presidente Rodrigo Duterte, o crescimento das Filipinas no terceiro trimestre de 2016 surpreendeu os observadores, mas eles que esta tendência será difícil de ser sustentada no futuro.
Foto recente de Manila, capital das Filipinas
Artigos como o publicado no site do Nikkei Asian Review, escrito por Mikhail Flores, mostram-se surpreendidos pelo crescimento de 7,1% anualizado das Filipinas registrado no terceiro trimestre de 2016, que foi o mais elevado na Ásia, superando a China (6,7%), o Vietnã (6,4%) e a Índia (estimado preliminarmente em 7%). O crescimento do consumo de 7,3% e dos investimentos de 20% foram superiores aos esperados, segundo os dados divulgados por Reynaldo Cancio, diretor do National Economic and Development Authority.
Atribui-se a confiança dos consumidores à melhoria da paz no país, criando uma expectativa positiva ao governo do controvertido presidente Duterte, que se manifestou contra os Estados Unidos e a favor da China. Todos sabem que as Filipinas eram aliadas tradicionais dos norte-americanos e tinham algumas disputas com os chineses. Também se esperava que depois dos gastos das campanhas eleitorais haveria uma redução do crescimento, o que não ocorreu.
Os investimentos cresceram substancialmente e o consumo se mantém robusto, dos mais elevados na sua história, e haveria uma estabilidade na região. Também as empresas filipinas tiveram bons resultados recentes, como pode se observar nos dados do Nikkei, com as vendas crescendo 7,13% e os lucros em 29,36%.
Apesar da redução do PIB da agricultura, as indústrias cresceram 8,6% e os serviços 6,9%. Mas agora se espera que os gastos governamentais se reduzam, bem como a política do novo governo nos Estados Unidos acabe prejudicando os filipinos que estão trabalhando naquele país e remetem recursos para os familiares. Também a desaceleração do Reino Unido deve afeta-los.
Não se espera que o presidente Duterte tenha condições de alterar este quadro, mas as incertezas ainda são grandes, por tudo o que acontece no mundo atual. O que parece ser uma lição para o Brasil é que todas as oportunidades devam ser aproveitadas, quando possível, mesmo com as muitas incertezas.