Nacionalismo no Mundo e a China com Predomínio Han

20 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist, questões difíceis que estão inter-relacionadas, temas que estão começando a ser discutidas

A tendência de aumento do nacionalismo no mundo acelera outros problemas como do predomínio da etnia Han na China, com efeitos que se espalham pelo mundo onde estão muitos imigrantes chineses.

Mapa publicado no artigo do The Economist mostrando a crescente importância da etnia Han na China, o que também ocorre no exterior

Há que se considerar, mesmo não agradando a muitos leitores, que a China, com cerca de 25% da população mundial, conta com uma crescente importância econômica que aumenta na medida em que Ocidente eleva as suas atuais tendências nacionalistas. Os chineses e seus descendentes que se encontram no exterior também acabam contando com a maioria de etnia Han e muitos dos seus interesses econômicos estão inter-relacionados com o país de sua origem, inclusive com os seus políticos. Há indícios que as autoridades chinesas acabam concedendo privilégios para a população de etnia Han em prejuízo aos minoritários, tanto internamente como até no exterior.

Do ponto de vista político fica evidente que os chineses adotam um sistema diferente da democracia liberal ocidental de economia de mercado. Influenciada ou não pelas concepções de Confúcio, acaba havendo, mesmo com algumas descentralizações que estejam ocorrendo na China, um regime hierarquizado onde o comando central continua mantendo uma importância vital, principalmente nos seus aspectos econômicos. Xi Jinping e seu governo estão empenhados nesta tendência.

O artigo publicado no The Economist, que vale a pena ser examinado na sua íntegra, mesmo não adotando uma posição explícita sugere problemas que já estaria ocorrendo em Hong Kong e em Taiwan, pois os chineses e seus descendentes no exterior tiram as vantagens da dupla nacionalidade quando podem, mas não facilitam internamente que originários do exterior obtenham a cidadania chinesa. A situação está também ficando difícil para as minorias de muitas regiões críticas na China, como no Tibet ou nas regiões onde existem populações muçulmanas em significativo percentual. Qualquer movimento que tenha qualquer conotação separatista é combatido de forma radical.

A diversidade existente no Ocidente dificulta ações uniformes, enquanto na China bastante autoritária concentra atualmente todo o poder sob o comando de Xi Jinping, onde as dissidências são insignificantes. Isto proporciona uma vantagem na ação dos chineses mesmo nos relacionamentos com outros países do mundo. Ainda que uma parte dos chineses e descendentes prefira viver no exterior, a grande maioria deles atua de forma solidária com os objetivos do seu país de origem. Notadamente quando isto proporciona vantagens econômicas, como atualmente. É sempre interessante estar do lado que continua ampliando a sua influência.

É evidente que a China veio tirando proveito do processo de globalização, tanto que se coloca como uma alternativa para manter o comércio internacional em ascensão, mesmo quando muitos países ocidentais enfrentam suas dificuldades. Outros países acabam perfilando com as orientações chinesas, visando tirar proveito do seu gigantesco mercado interno, como das facilidades de financiamentos e investimentos no exterior.

Nem sempre isto foi como agora na história da China. Houve períodos em que os manchus e outras etnias tiveram maior importância. No entanto, os mais numerosos hans acabaram por impor a sua hegemonia em todo o país e continuam aumentando suas influências em regiões onde não são os predominantes.