Nikkei Impressionado Com a Índia e a China na Ecologia
3 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: aceitação de metas ousada do Acordo de Paris, necessidade de tecnologias estrangeiras, prejuízos com as irregularidades climáticas
Dois artigos publicados pelo Nikkei Asian Review mostram a agradável surpresa dos japoneses com os compromissos assumidos pela China e pela Índia para perseguir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, quando no passado havia resistências, como no caso do Protocolo de Kyoto
Foto de congestionamento poluente do tráfego em New Delhi em outubro de 2015, publicada no artigo do site da Nikkei Asian Review
O artigo de Yuji Kuranuma publicado no site do Nikkei Asian Review mostra que os japoneses estão impressionados com a velocidade com que o governo Narendra Modi, da Índia, se comprometeu com um programa ousado para reduzir o lançamento de gases poluentes até 2030, entre 33 a 35% em relação ao PIB, significando um corte de 300% quando comparado com 2005.
A suposição dos japoneses é que a Índia está sendo afetada por uma violenta seca decorrente destas poluições e necessita de tecnologias e recursos para enfrentar a situação, o que estaria acelerando o compromisso do governo indiano, que apresentou resistências quando do Protocolo do Acordo de Kyoto.
O compromisso indiano foi feito na reunião do United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC. Visaria conseguir ajuda do Japão e dos Estados Unidos para conseguir atingir seus objetivos. Como um importante país emergente poluente que vem aumentando a sua importância no mundo, este compromisso é considerado de grande importância.
Num outro artigo no mesmo site, Mariko Tai informa o esforço que vem sendo feito pela China, considerada um dos países mais poluentes ao lado dos Estados Unidos. Xi Jinping estaria procurando mostrar que o seu país é grande e responsável e este problema ecológico estaria dentro do programa para os próximos anos.
A Austrália e a Nova Zelândia, ao lado da China e da Índia, estariam sendo atingidas pelas temperaturas elevadas. Seus responsáveis indicam que a China tem razões internas para esta atitude, que até agora o seu desenvolvimento estava relacionado com as indústrias poluentes. Necessita de tecnologias para fazer a transição para uma nova situação, como as disponíveis nos países desenvolvidos.
A China espera atingir em 2030 o seu pico de poluição e a partir deste ano deve começar a diminuir os seus danos. Deve reduzir 60 a 65% da poluição com relação ao PIB, entre 2005 a 2030, aumentando a produção de energia não fósseis em 20%. Os chineses entendem que seus programas não devem custar nada adicional, segundo o Research Institute of Innovative Technology for the Earth – RITE, mas sempre existem algumas dúvidas sobre estas estatísticas chinesas.
O Brasil é outro grande país emergente que acaba tendo importância neste esforço ecológico. Espera-se que as metas estabelecidas, notadamente na brusca redução do desmatamento, tenham um efeito prático, evitando-se atividades ilegais.