Técnico Japonês Admirado com o Programa Espacial Chinês
22 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: entrevista para o Nikkei Asian Review, neste ano os chineses se aproximaram dos lançamentos anuais dos Estados Unidos e da Rússia, programa de longo prazo para 2030 e 2050 | 2 Comentários »
Ainda que os chineses tenham começado suas atividades depois dos norte-americanos e russos no programa espacial, em 2016 devem superá-los em lançamentos anuais, com significativo salto nos seus avanços tecnológicos.
Tabela histórica do desenvolvimento espacial desde seu início, sendo que os chineses efetuaram mais lançamentos que os seus concorrentes em 2016, segundo a tabela publicada no Nikkei Asian Review
Ainda que o governo Barack Obama esteja terminando o seu mandato com uma imagem popular positiva, mesmo não tendo conseguido eleger a sua sucessora, um dos motivos pelos quais os militares da cúpula dos Estados Unidos apoiaram Donald Trump foi a desaceleração dos seus programas científicos-militares, tanto nas universidades como em setores considerados relevantes, como o espacial. Os chineses estão realizando mais do que os norte-americanos e russos em 2016, seus concorrentes mais próximos, ainda que tenham iniciado seus programas décadas depois.
Uma entrevista foi concedida pelo professor Teruhisa Tsujiro, especialista japonês em esforços chineses na área espacial e visiting fellow do Japan’s Center for Research and Development Strategy, afiliado ao Japan Science and Technoloby Agency, a Rimi Inomata da Nikkei Asian Review. Ele informa que dois astronautas foram lançados pelo Shenzhou 11, que foi acoplado ao laboratório espacial Tiangong 2, onde passaram 30 dias tendo voltado de forma segura à Terra. Lançaram o foguete Long March-5, a segunda em tamanho no mundo, com diâmetro de cinco metros e apto a lançar um satélite de 23 toneladas. Ele é capaz de chegar à Lua.
Lançaram também o Long March-7, que utiliza combustível de baixa contaminação, cujo ingrediente principal é o querosene, o que o torna amigável ao ambiente. Em 2011 superaram os Estados Unidos em lançamento anual e no ano seguinte os russos em satélites. Os chineses têm programado 26 lançamentos para este ano, bem superior aos 14 dos Estados Unidos e 16 da Rússia. O percentual de sucesso só é superado pela Europa.
Os chineses possuem um claro programa de longo prazo, devendo chegar à Lua com uma nave tripulada em 2030 e em Marte em 2050. Contam com o pessoal necessário e recursos garantidos pelo Exército.
Além de chegarem à Lua, pretendem colher material do lado não visível do satélite em 2018 com o Chang’e 4, o que nenhum país conseguiu. Também tiveram insucesso com o lançamento de um satélite, mas no conjunto os avanços chineses neste ano são considerados surpreendentes.
Bom dia Sr Paulo
É com preocupação que vejo a notícia de avanços tecnológicos na área espacial pela China. Não por ela se desenvolver, mas pela desenfreada corrida armamentista provocada pelos EUA, como se fosse possível ganhar uma guerra nuclear. Todos vão perder.
Mas temos nós como pessoas de bem, acreditar que a paz é possível, mesmo com tanto esforço para promover a guerra.
Abraço Atenciosamente João Baptista
Caro João Baptista,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota