Tentativas de Obtenção das Melhores Bebidas do Café

16 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: ampliações dos tipos de café disponíveis, os conhecimentos dos antigos provadores de café, preferências dos consumidores

Com a sofisticação do atual mercado de café, a bebida mais consumida em todo o mundo, nada mais natural que surgissem tecnologias para conseguir as melhores bebidas, mas deve-se considerar que existem preferências dos consumidores tão amplas como ocorre com os vinhos.

Muitas formas pelas quais o café está sendo consumido no mundo

As variedades de plantas de café disponíveis no mundo são tão amplas como as uvas das quais são produzidos os vinhos. Informa-se a existência de mais de 100 espécies botânicas de café distintas ao longo da África, Ásia e América Equatorial, sendo que cerca de 25 delas são cultivadas para consumo comercial. As mais conhecidas como plantas são as arábicas, robustas e libericas, sendo seus frutos utilizados depois de beneficiados e combinados nas formas de blends, além de se produzirem os chamados instantâneos, aumentando recentemente as cápsulas que são mais fáceis de serem transformadas em bebidas.

Estas plantas básicas (arábica) ainda compreendem variedades diferentes como o bourbon, caturra, catuai e outros cruzamentos criados, como o mundo novo. Os robustas eram considerados no passado de qualidade inferior, sendo destinados para a produção de cafés instantâneos, mas hoje também existem para bebidas apreciadas.

A qualidade do café também é influenciada pelos chamados defeitos que podem ter causas diferentes. Nos climas mais frios com ocorrências como de geadas, a maturação não é uniforme e nem todas as frutas acabam virando cerejas ao mesmo tempo, havendo algumas verdes que resultam em grãos diferentes. Muitos cafés colombianos ou da América Central, em menor quantidade, permitem que somente as cerejas sejam colhidas. Também existem técnicas chamadas de lavagem, que permitem seleções dos grãos de forma mais uniforme.

Os chamados provadores sempre preferiram os cafés menos torrados quando comparados com os disponíveis no mercado varejista, simplesmente fracionados (não moídos), pois permitia melhor classificação de suas bebidas, que têm nomes técnicos como moles, extramoles, duros etc.

Existem muitas técnicas para a extração das bebidas utilizando-se água fervida (não excessivamente), vapor, mecanicamente ou tradicionalmente com o uso de um coador. Quem deseja conhecer parte destas técnicas podem visitar o Coffee Lab, em São Paulo, onde se pode observar desde a elaboração do blend, a torrefação, a moagem em diferentes granulações (dependendo das técnicas utilizadas).

Informa-se num artigo publicado no site de O Globo que até matemáticos estão tentando ajudar na obtenção das melhores bebidas, mas na realidade o café é uma bebida que contém muitos princípios ativos que contribuem para a saúde humana e satisfação dos paladares sofisticados. Mas, como tudo que é parecido na gastronomia, não se trata de ciência exata, pois cada ser humano tende a ter a suas preferências. Os brasileiros, do maior país produtor de café do mundo, poderiam ampliar os seus conhecimentos sobre esta grande geradora de divisas e criadora de muitos empregos.