Distorção de Informações Sobre a Visita de Shinzo Abe ao Havaí
28 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Wall Street Journal, qual a razão para inverdades sobre a visita de Shinzo Abe ao Havaí, situação muito difícil na aliança do Japão com os Estados Unidos
As vezes acontecem divulgações de notícias incorretas e quando se insistem nos erros acaba-se gerando a desconfiança que haveria uma razão para tanto, ainda não esclarecida plenamente.
O primeiro-ministro Shigueru Yoshida cumprimenta o almirante Arthur Radford no Havaí, em 1951, em foto republicada pelo The Wall Street Journal na edição de 27 de dezembro último
Apesar do The Wall Street Journal ter publicado um artigo de Felicia Schwzrtz na sua edição de 27 de dezembro último informando que Shinzo Abe é o quarto primeiro-ministro japonês a visitar o Havaí, muitos veículos de comunicação social do Brasil e de outros países insistem em afirmar que ele é o primeiro a visitar aquele arquipélago pagando respeito as vitimas do bombardeio japonês a Pearl Harbor, que provocou a entrada dos Estados Unidos na guerra do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial.
Além do lendário primeiro-ministro Shigueru Yoshida (que visitou em 1951), fizeram o mesmo tipo de visita Ichiro Hatoyama (1956) e Nobusuke Kishi (avó de Shinzo Abe, 1957). Todos eles visitaram o National Memorial Cemetery of the Pacific, onde estão enterradas as vitimas, sendo recebidos como chefes de governo com guardas de honra. Não se compreende totalmente por que agora a imprensa insiste nesta distorção das informações. O que não aconteceu historicamente é que estivessem acompanhado do presidente, como agora com o Barack Obama, mas tiveram contatos com o presidente da ocasião em outras localidades.
Como em muitos eventos de guerras importantes, existem versões além das oficiais sobre o que realmente aconteceu neste lamentável bombardeio de Pearl Harbor em 1941. Uma delas é que teria sido uma armadilha dos norte-americanos que juntaram naquele porto um grande número de navios obsoletos atraindo os japoneses para o bombardeio, visando justificar o ingresso dos Estados Unidos na Guerra do Pacífico, quando a Guerra na Europa já estava praticamente liquidada, com a derrota da Alemanha depois que os norte-americanos com todo o seu poderio de então entrou decisivamente ao lado dos Aliados, induzindo o Brasil a fazer o mesmo.
Os japoneses já estavam sendo impedidos em muitos dos seus abastecimentos vitais no conflito na Ásia e no Pacífico, sendo encurralados para um ataque contra o poderoso Estados Unidos. Eles acabaram subestimando os norte-americanos que, com seus aviões apoiados pelos porta-aviões, pudessem atacar o Japão, confiante na sua poderosa Marinha e na disciplina de suas tropas.
Depois dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, justificados como meios visando a economia de tempo e de vidas com desembarques no Japão, os Estados Unidos ficaram ocupando o país, o que perdura até hoje, combinando com políticos japoneses uma nova Constituição onde os japoneses renunciavam à guerra, mesmo para assegurar a sua independência política. Os japoneses passaram a viver sob a proteção militar dos Estados Unidos, o que agora está sendo questionado verbalmente até pelo presidente eleito Donald Trump, que deseja o aumento dos investimentos militares dos japoneses para ajudar na preservação do Pacífico e da Ásia, cuidando de sua própria independência militar.