Pesquisa de Opinião Sobre o Democrata Barack Obama
24 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: efetuada pelo USA Today – Suffolk University ajuda a entender parte dos resultados eleitorais nos Estados Unidos, uma complexa pesquisa de opinião pública sobre Barack Obama publicada no Washington Post
Um artigo escrito por Philip Bump e publicado no site do The Washington Post, que precisa ser analisado com todo o cuidado dada a sua alta complexidade, dá algumas pistas sobre o que poderia explicar em parte os surpreendentes resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos neste ano, onde o republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton apoiada por Barack Obama. Seria conveniente que os leitores deste site examinassem a íntegra deste artigo para tirar suas próprias conclusões, pois qualquer interpretação pode envolver opiniões e tendência de quem o estiver fazendo.
Muitos analistas e estudos publicados em rigorosas revistas científicas costumam sugerir que nos dois mandatos de Barack Obama os Estados Unidos sofreram importantes retrocessos, como nas elaborações de pesquisas científicas de fundamental importância e nos trabalhos de suas principais universidades, acelerando uma tendência que já vinha se observando. Parece evidente que eles perderam a hegemonia nas pesquisas espaciais como as efetuadas pela NASA, que vinham promovendo o avanço dos conhecimentos importantes em diversos outros setores. Os gigantescos e eficientes computadores disponíveis no mundo com espantosas velocidades, por exemplo, já não são norte-americanos, como temos relatado também neste site. Os mais poderosos radiotelescópios também não estão mais nos Estados Unidos. Os mais importantes avanços na medicina de ponta, como os conhecimentos de genoma importantes para os avanços das novas variedades de plantas relevantes para a eficiência da produção agropecuária também não estão ocorrendo naquele país, só para citar alguns exemplos que podem ser os mais significantes.
Antes e depois da Segunda Guerra Mundial, muitos cientistas europeus perseguidos pelo nazismo e pelo fascismo receberam todo o apoio para desenvolver os seus trabalhos nos Estados Unidos, como ficou evidente na liderança dos conhecimentos da energia nuclear que conseguiram. Hoje, muitos trabalhos como os veiculados nas principais revistas científicas como o Nature e publicações de grande importância mostram que os Estados Unidos estão sendo superados pela China, por exemplo, que volta a fazer grandes esforços no mundo. Joseph Needham, no seu excepcional trabalho na Universidade de Cambridge, tinha demonstrado que os mais importantes conhecimentos ao longo da história foram elaborados pela China, que agora, com uma sequência de estadistas como Deng Xiaping prosseguida por Xi Jinping com visões de muitas décadas, efetua pesados investimentos na obtenção de conhecimentos científicos, inclusive com o envio de multidão de estudantes e professores para às universidades norte-americanas e outras, que retornam para o seu país de origem ajudando nas pesquisas de ponta quando necessários e convocados pelos seus dirigentes.
Além dos simples trabalhadores, que ficaram marginalizados dos benefícios do desenvolvimento recente e manifestaram suas insatisfações no Reino Unido e nos Estados Unidos, também importantes representantes do complexo industrial militar dos Estados Unidos parecem lamentar as orientações que estavam sendo adotadas naquele país. Ainda que o Vale do Silício procurasse incorporar iniciativas de jovens e criativos empreendedores, notadamente na informática, existem os analistas que apontam que o setor financeiro norte-americano responsável pelas distorções como as que provocaram na crise mundial de 2007/2008 foi premiado. Seus dirigentes receberam substanciais remunerações com os generosos subsídios governamentais com uma total reversão na meritocracia que deveria continuar a ser adotada nos Estados Unidos.
A atual competição que parece se travar entre os norte-americanos e chineses, gerando até tensões político-militares mundiais, mostra na economia que o que acontece na China está subestimada, como evidenciado no trabalho cuidadoso elaborado por Daniel H. Rosen e Beibei Bao na publicação do CSIS – Center for Strategic & International Studies com o título “Broken Abacus? A More Accurate Gauge of China’s Economy”, de setembro de 2015.
Gráfico constante do artigo no The Washington Post
O ponto mais relevante destas indicações, segundo o artigo, é que um quinto dos pesquisados que aprovam Barack Obama também aprovam o desmantelamento do que ele fez com os Estados Unidos, o que seria a tarefa de Donald Trump.
O assunto é muito complexo e exige que todos reflitam profundamente sobre o tema, bem como as indicações destas pesquisas de opinião, com todas as suas limitações.