Precisamos Aprender com os Resultados do PISA
13 de dezembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: avaliação da educação no Brasil, resultados comparativos do PISA, últimas posições no mundo
Algo de muito errado ocorre no Brasil quando os resultados das pesquisas internacionais do PISA indicam que estamos nos últimos lugares, mesmo que estas pesquisas não indiquem tudo que seria desejável na educação.
Tabela publicada pelo The Economist sobre alguns dados do PISA
A revista The Economist publica um artigo mostrando que todos os países podem aprender algo com os resultados da pesquisa PISA, efetuada pela OCDE, mostrando que os melhores resultados continuam sendo obtidos pelos países asiáticos nos conhecimentos dos estudantes sobre matemática, leitura e ciências. Ainda que sejam precários, permitem ter uma ideia do ensino fundamental e começo do secundário, pois as pesquisas abrangem os efetuados com alunos de 15 anos, a cada três anos. Permitem comparações internacionais que não devem ser desprezadas, pois são indicações relevantes para o futuro dos países.
Não são somente os asiáticos, pois a honrosa Estônia figura entre os mais desenvolvidos, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos indicam regressão, como vem acontecendo em diversos setores das atividades humanas. O interessante é o aparente consenso de que a educação é prioritária, mas não se consegue melhorias, sendo que em muitos países os alunos estão se tornando extremamente indisciplinados, não respeitando nem mesmo os professores e os dirigentes de estabelecimentos de ensino.
É claro que somente os conhecimentos fundamentais destas três disciplinas só são indicações gerais e eu, que sou favorável a um ensino humanístico mais amplo como o de origem europeia, notadamente francesa, tenho a compreensão que as exageradas especializações como a dos norte-americanos podem formar profissionais de um determinado conhecimento, mas para serem felizes e capazes os seres humanos necessitam também de outros conhecimentos que são proporcionados por uma cultura mais ampla.
Tudo indica que não se trata somente de recursos aplicados na educação, pois alguns países mais ricos o fazem em volume satisfatório, mas não estão obtendo resultados mais completos. Há uma ideia geral de que classes com menos alunos e tempos das aulas também são importantes, mas as orientações educacionais são relevantes, o que só podem ser obtidas com o prestígio dos educadores que estão sendo tratados como cidadãos de segunda classe no Brasil, pelo elevado número deles, muitos em funções burocráticas.
Neste site já tratamos de universidades como os de Cingapura que possuem sistemas mais amplos e não convencionais. Na realidade, são diversos objetivos perseguidos simultaneamente, mas sem algo que reconheça a importância da cultura para um país. Num prazo mais longo, parece que não há possibilidade de resultados satisfatórios em outros setores.