Outros Jovens da Lista dos Inovadores do Nikkei
1 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: continuação dos resumos sobre os jovens que influenciam o mundo atualmente, formado em Harvard, o caso do australiano David Madden que estimula iniciativas em Mianmar
A longa lista dos jovens de destaque no mundo pelas inovações, elaborada pelo Nikkei Asian Review, concentra-se principalmente nos asiáticos. David Madden, australiano de 41 anos, é certamente uma exceção, atuando preferencialmente em Mianmar.
David Madden em foto constante do artigo no Nikkei Asian Review
Dificilmente alguém poderia supor que um australiano atuando em Mianmar poderia ser destacado como um jovem que estaria ajudando iniciativas importantes para o desenvolvimento do mundo, notadamente em países emergentes. Ele lidera o Phandeeyar, que em birmanês significa “lugar de criação”; Após estudos de pós-graduação na Escola de Governo John F. Kennedy, da Universidade de Harvard, transferiu-se com sua esposa e filho para a Mianmar em 2012, onde teve mais dois. Era uma época que a comunicação ainda era restrita no país e havia um processo para disseminar os telefones celulares que ajudariam a provocar a revolução da conectividade.
Ele é apaixonado pelo estímulo a outros jovens que possam inovar em algumas atividades em países em desenvolvimento como Mianmar e além de motivá-los consegue obter fundos internacionais especializados nestes empreendimentos para os pequenos financiamentos iniciais.
David Madden estimula jovens empreendedores em pequenos projetos inovadores, em foto constante do artigo no Nikkei Asian Review
Ele estimula a formação de equipes destes jovens e promove competição entre eles para escolha dos melhores projetos, não se concentrando somente nos retornos econômicos como também preservação do meio ambiente e promoção da paz. Relacionado com famosos fundos mundiais que propiciam investimentos nestas iniciativas, ele providencia o apoio deles bem como de organizações públicas internacionais.
O uso de smartphones para as comunicações sociais vem sendo importante para os saltos iniciais destes novos empreendimentos, notadamente nos países menos avançados da Ásia, onde os telefones fixos apresentavam limitações e elevados custos. Estão conseguindo sucessos impressionantes que chamam a atenção internacional.
Outro inovador constante da lista do Nikkei Asian Review é o arquiteto chinês Wang Shu, o mais consagrado com prestigiosos prêmios internacionais como o Prizker Architeture, considerado por muitos como o Prêmio Nobel da arquitetura. Com 53 anos, ele é naturalizado cidadão dos Estados Unidos. A China com sua gigantesca população que continua crescendo necessita permanentemente de novas construções que se repetem e cada vez mais altos. Wang vem se posicionando contra estas tendências, colaborando com a reciclagem de material bem como a inspiração do que existe de tradicional na arquitetura chinesa, respeitando o meio ambiente onde estão instalados e seus arredores, como lagos. Atua junto com sua esposa Lu, que também é arquiteta conhecida na Amateur Achitecture Studio.
Arquiteto chinês naturalizado norte-americano Wang Shu em foto constante do artigo do Nikkei Asian Review
Ele recorre da experiência passada para se inspirar ao futuro, ajudando a definir a tendência da arquitetura contemporânea chinesa que recebe reconhecimento internacional.
Wang Shu em frente ao seu projeto da China Academy of Art em Hangzhou, na foto constante do artigo no Nikkei Asian Review
Muitos dos seus projetos já estão executados na China como no exterior, sendo considerados inovadores inspirando outros arquitetos jovens a seguirem seus passos, mostrando que, além de atender às necessidades crescentes de construções, existe a possibilidade de conciliar a beleza com a funcionalidade, possibilitando a preservação do meio ambiente. Ele é também o diretor de uma instituição de ensino de arquitetura transmitindo para outros jovens seus conceitos.
Outro inovador constante da lista do Nikkei Asian Review é o indiano Vijay Shekhar Sharma, criador do Paytm, uma startup das mais criativas em tecnologia financeira na Índia, que convence os investidores a colocarem seus ativos no “móbile wallet” venture, beneficiado pelo clima criado com a decisão recente do governo indiano em eliminar as notas de grande valor, que facilitariam a corrupção, como vem se observando na Ásia.
Foto do indiano Vilay Shekhar Sharma no site do Nikkei Asian Review
Vijay Shekhar Sharma é diferente de outros destacados inovadores, pois nem inglês falava quando começou a estudar engenharia numa pequena faculdade no seu país. Este indiano de 38 anos é considerado um especialista em informática nos negócios financeiros. Aproveita bem a oportunidade de redução do uso das notas de dinheiro de alto valor ajudando pequenos comerciantes que não utilizavam nem cartão de crédito a terem formas de utilizar o seu Paytm como uma plataforma eficiente.
Em pouco mais de um mês, a sua empresa que processava 6,5 milhões de transações por dia, adiciona diariamente de 60 a 70 mil comerciantes diariamente na sua plataforma, com a ajuda de voluntários neste processo para ensinar os usuários. Espera passar dos atuais 11 mil empregados para 20 mil rapidamente. Segundo ele, até 2020 500 milhões de indianos utilizarão sua plataforma, que está sendo usado até por pequenos vendedores de verduras e legumes, com eficiência.
Foto de um pequeno vendedor de hortaliças e legumes de Mumbai com um cartaz do Paytm, constante do artigo do Nikkei Asian Review
Ele começou em 2001 com um site para busca de pessoas e passou a incorporar outros dados, conseguindo o financiamento de um estimulador de iniciativas. Foi aconselhado, apesar de dispor de tecnologia, de não ingressar nos sistemas de pagamentos, que na Índia apresenta problemas. Paytm começou com serviços para os consumidores, como contabilidade de contas móveis e passou para pagamentos de serviços públicos, tendo chegado à participação da Alibaba chinesa, que investiu nos seus negócios com a participação de 20%, pelo valor de US$ 680 milhões. Está atraindo interesse dos bancos, o que deve se efetivar no próximo ano.
Segundo Sharma, trata-se de dar ao mundo uma nova presença bancária impulsionada nas transações, nas quais os depósitos não são transformados em ativos de risco, o que parece estar se transformando numa realidade. Existiria um espaço especializado em pagamentos e serviços correlatos que já está sendo objeto de estudos mais profundos, pois se transformou numa realidade que está sendo aplicada no somente na Índia, podendo ameaçar os bancos como os cartões de crédito.
Outros casos de iniciativas inovadoras continuarão sendo publicados neste site, seguindo a lista do Nikkei Asian Review.