Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupações Com a Formação de Cartéis de Logística

3 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a redução do transporte de cargas no mundo, artigo no The Wall Street Journal, fiscalizações para evitar cartéis, grandes navios que despendem muito tempo nos portos

Dentro do sistema de mercado que vigora no mundo, os sistemas de logísticas procuram se organizar na forma de cartéis para evitar prejuízos, o que começa a preocupar as autoridades que não possuem jurisdição internacional para atuar com eficiência.

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Gráfico constante do artigo no The Wall Street Journal sobre o grupamento de empresas que tendem a estabelecer acordos para a formação de cartéis

A competição ocorre nos momentos de otimismo no mundo, mas quando a desaceleração mundial provoca queda dos volumes transportados, bem como a tecnologia com o uso de gigantescos navios demandam um tempo exagerado nos portos, acaba ocorrendo acordos procurando cartelizar este mercado, como o que está se verificando nas regiões envolvendo partes importantes do comércio internacional. Prevê-se que a maioria das empresas do setor no mundo deva registrar prejuízos em 2016. Costa Paris escreveu um artigo sobre o assunto publicado no site do The Wall Street Journal.

Os volumes significantes no mundo em matéria de transporte internacional envolvem a Ásia, a Europa e os Estados Unidos e atual crise tende a provocar prejuízos para as empresas operadoras. Elas já formam blocos que contariam com cerca de um terço para cada um deles. As condições tecnológicas favorecem a formação de cartéis para que a competição não exagere os prejuízos para todos que já enfrentam o uso de grandes navios no período de aumento da globalização, que demandam tempo nos portos para suas cargas e descargas.

Como observava um especialista no assunto, estas empresas são na sua maioria descendentes dos “piratas” que operavam nos séculos passados com apoios dos reis da França e do Reino Unido, estando acostumados historicamente com manobras para burlar as normas vigentes. O que se faz dentro de um navio, muitos de bandeiras de paraísos fiscais, só é conhecido pelos especialistas e horrorizariam a opinião pública que fica escandalizada com as petroleiras, as grandes empresas de construção pesada e os bancos no mundo, lamentavelmente.

O mundo, suas indústrias e as empresas que operam no comércio dependem fortemente destas companhias de logísticas. Sendo gigantescas, elas contam com especialistas que dominam assuntos nem sempre acessíveis às pessoas comuns da população. Quem atuou com as tradings conhece parte destas operações. Seria interessante que o mercado contasse com muitas empresas operando independentemente, visando resultados próprios, mas seria uma ingenuidade acreditar inexistirem acordos sigilosos.

As agências governamentais que deveriam cuidar destes assuntos estão sujeitas às pressões e os organismos internacionais contam com funcionários que, muitas vezes, estão a serviço dos interesses destas empresas. Espera-se que o mínimo existente de competição permita que as explorações não sejam exageradas, a ponto de matar as galinhas dos ovos de ouro.