Surpreendente História da Nova Bilionária Japonesa
24 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: história divulgada na Forbes do Brasil, sua mãe era uma parteira viúva, uma senhora somente com educação média tornou-se bilionária
Existem histórias surpreendentes como a relatada por Chloe Sorvino e publicada no site da Forbes do Brasil, mostrando que uma senhora japonesa com 82 anos se tornou uma bilionária somente com o seu trabalho.
Yoshiko Shinohara, 82 anos, sem curso superior, que trabalhou como secretária, se tornou bilionária com sua participação na Temp Holding, uma empresa de recursos humanos. Foto publicada no artigo do site da Forbes do Brasil
Segundo o artigo, Yoshiko Shinohara, nascida em 1934 no Japão, era órfã do pai, um diretor de escola que faleceu quando ela tinha somente oito anos. Sua mãe trabalhava como parteira para sustentá-la. Ela terminou o curso médio e casou-se aos 20 anos e logo se divorciou, continuando solteira até hoje. Na década de 1960, foi trabalhar como secretária na Inglaterra e na Austrália.
Voltou ao Japão em 1973, criou uma pequena empresa de recursos humanos, procurando alocar as mulheres japonesas que desejavam trabalhar, mesmo em tempo parcial. Ela dava aulas de inglês para completar seus rendimentos. Cinco anos depois, sua empresa já tinha uma escala para a sua autossustentação, com funcionárias mulheres atendendo as que se sentiam desconfortáveis nos seus empregos para continuar disputando nas grandes empresas com outros empregados depois de terem um filho.
Em fins de 1980 passou a contar também com funcionários e aumentou suas atividades para recursos humanos masculinos e suas receitas aumentaram. Na década de 1990, a Temp Holdings decolou, pois muitas empresas preferiam funcionários de tempo parcial diante da crise econômica. Em 2008, a companhia abriu o capital na Bolsa de Valores de Tóquio e comprou 4% da empresa norte-americana de recursos humanos, a Kelly Services, com a qual formou uma joint venture em 2012 para oferecer mão de obra na China, Hong Kong e Coreia do Sul.
Atualmente, a Temp Holdings atua também no recrutamento, terceirização, consultoria e desenvolvimento de sistemas, mas os trabalhadores de tempo parcial continuam sendo 78% de suas receitas de US$ 2,4 bilhões no último trimestre. A empresa tem contratos com 27 mil empresas no Japão e outros 13 países, incluindo Estados Unidos, China. Índia e Austrália. Pretendem crescer mais, notadamente no Japão, pois o envelhecimento da população gera oportunidades, apresentando uma deficiência de 5,83 milhões de pessoas, com funcionários de tempo parcial ajudando a resolver os problemas.
Yoshiko Shinohara tornou-se chairman emérita em abril do ano passado da empresa que faturou US$ 4,5 bilhões em 2016. As ações da empresa subiram 11,5% no mês passado, fazendo com que os 25% que ainda pertencem à fundadora bem como seus dividendos acumulados valessem mais de US$ 1 bilhão. E ela cedeu 5% das suas ações para criar a Yoshiko Shinohara Memorial Foundation, que fornece bolsas de estudos para enfermeiros, funcionários de creches e assistentes sociais.
Certamente é um exemplo digno que merece reflexões de outros que atuam no setor de recursos humanos, nestes momentos de crise no Brasil e no mundo.