Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Avaliação Credenciada do Legado de Obama na Ásia

16 de janeiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: avaliação de Keith B. Richburg sobre o legado de Barack Obama na Ásia, poucos sucessos e muitas dificuldades, resultados bem abaixo de suas promessas

clip_image002Keith B. Richburg é um experiente jornalista afro-americano, tendo sido o editor internacional do The Washington Post atuando hoje como diretor do Centro de Estudos de Jornalismo e Mídia na Universidade de Hong Kong. É, portanto, dos mais credenciados para uma avaliação do legado de Barack Obama na Ásia. Ele lembra que Obama, por ter nascido no Havaí e criado na Indonésia, se denominou o primeiro presidente do Pacífico dos EUA, mas não conseguiu senão um legado com poucos sucessos e muitas dificuldades que poderão ser ampliados por Donald Trump.

Keith B. Richburg na foto constante do seu artigo para o Nikkei Asian Review

A avaliação do legado econômico de Barack Obama nos Estados Unidos pode ser mais positiva por deixar a sua economia recuperada, com baixo desemprego, inflação insignificante, um crescimento apreciável, ainda que com custos elevados em termos de distribuição dos benefícios. Mas, para as suas promessas de um bom legado como “presidente do Pacífico”, parece que existem muitas dificuldades, pois não conseguiu aprovar o TPP – TransPacific Partnership, resolver os problemas com a Coreia do Norte e as relações com a China estão mais complicadas, tanto do ponto de vista comercial como de segurança do Mar Sul da China. Não conseguiu honrar Dalai Lama, reduzir a proliferação nuclear com o Irã e a Coreia do Norte, estabilizar o sistema financeiro global, explorar em conjunto o espaço sideral e combater as mudanças climáticas.

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Foto da cerimônia do discurso de Barack Obama em Chicago em sua despedida, constante do artigo no Nikkei Asian Review

Ainda que tenha conseguido melhorar as relações com Mianmar e o Vietnã, tradicionais aliados dos norte-americanos como a Austrália aderiram à iniciativa chinesa do Banco de Investimento em Infraestrutura, ficando os Estados Unidos fora de um mecanismo indispensável para o financiamento de projetos do setor na região.

Segundo a avaliação de Richburg, Obama foi sugado pelos problemas do Oriente Médio, o que deixou a Ásia em segundo plano, deixando espaços para que Donald Trump aumente as dificuldades com a região com suas colocações nacionalista-populistas, o que não permite ao analista ser otimista.