A Nissan e a Nova Política dos Estados Unidos
9 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as perspectivas com os Estados Unidos, os planos atuais da Nissan, seu projeto no México | 9 Comentários »
Ainda que a pauta da reunião do vice-presidente da Nissan Motors Joji Tagawa com a imprensa japonesa fosse os resultados recentes da empresa, os jornalistas perguntaram sobre os problemas com os Estados Unidos, como era natural.
O vice-presidente Joji Tagawa fala a imprensa sobre a Nissan nestes últimos meses, respondendo inclusive sobre seus projetos no México e nos Estados Unidos
A Nissan informou que nos nove meses encerrados em dezembro último o lucro líquido da empresa reduziu-se em 8,5%, para US$ 3,68 bilhões, devido a um yen mais forte, afetando mais da metade dos seus resultados. No Japão, nestes nove meses, produziu 728 mil unidades, um aumento de 16,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, e até o final do ano fiscal que termina em março próximo deverá atingir um milhão de veículos, pela primeira vez nos últimos três anos. Portanto, o câmbio está afetando esta como outras empresas exportadoras japonesas.
No ano passado, a Nissan produziu 848 mil veículos no México que exporta muito para os Estados Unidos. Ela vendeu 1,56 milhão de veículos e produziu um milhão nos Estados Unidos, mas com uma empresa multinacional que faz parte da aliança com a Renault, acompanha com cuidado a evolução dos entendimentos de Shinzo Abe com Donald Trump, que não mudou até agora a sua política.
A Nissan possui um acordo com a Daimler para a fabricação de carros de luxo no México e a linha Infiniti deve entrar em produção no final do ano fiscal de 2017, plano que ainda não sofreu alteração. Ele não informou se a Daimler pretende modificar seus planos de produção dos veículos da Mercedes Benz no México.
Na entrevista relatada por Kentaro Iwamoto e publicado no Nikkei Asian Review transmite uma aparência que os japoneses estão bastante confiantes no estabelecimento de um acordo razoável com os Estados Unidos e que Donald Trump ficaria inteirado de todas as dificuldades para a mudança que pretende com sua prioridade para a produção no país. Acaba se ficando com a impressão que estes acordos bilaterais do Japão e dos Estados Unidos não introduziriam tantas mudanças como estão sendo noticiadas na imprensa. Todos sabem que as implicações são complexas, pois envolvem fornecimentos de autopeças sendo que o câmbio acaba afetando mais que outros aspectos, esperando-se que o dólar norte-americano acabe se valorizando neste ano, revertendo o que aconteceu com o yen.
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A Nissan deixou de ser uma empresa japonesa e, hoje, trata-se de uma montadora francesa que já não tem mais traço cultural algum do Japão (é mais ágil nas mudanças, não é uma “ilha” como a Honda e a Toyota etc.). O título da matéria deveria ser “A Renault e a Nova Política dos Estados Unidos”. Nem os próprios japoneses percebem, hoje, a Nissan como empresa nipônica.
Cara Simone Aparecida,
Obrigado pelo seu comentário. A Nissan tem uma aliança com a Renault, mas é japonesa, tanto na sua direção como no seu corpo técnico, e antes de sua crise era considerada melhor em qualidade do que Toyota e a Honda. Todas as grandes no mundo, que chegam no conjunto de cada grupo a cerca de 10 milhões de veículos são multinacionais, com características próprias.
Paulo Yokota
Paulo Yokota
Doutor Paulo:
Consultei um amigo que é advogado especializado em Direito Empresarial e professor universitário. De acordo com ele, o que a leitora Simone Aparecida sustenta não tem “embasamento jurídico” algum. O causídico afirma que “a Nissan é uma sociedade empresária instituída de acordo com o ordenamento jurídico nipônico”. Para finalizar, o profissional indica a leitura do “ato constitutivo” da companhia japonesa, disponível para download no próprio site da montadora.
Caro Carlos Silva,
Obrigado pela sua contribuição neste debate. Existem algumas empresas japonesas como a AGC que hoje é a maior do mundo em vidros, inclusive para automóveis. Ela se tornou uma multinacional com sede na Europa e muitos dos seus executivos de diversos países.
Paulo Yokota
Paulo Yokota
Blogueiro, como pode existir alguém que até hoje não saiba que a Nissan é uma empresa japonesa? Rádio, televisão, internet , jornal, revistas, livros etc., ou seja, tantos meios de comunicação disponíveis.
Então, consoante o raciocínio da Simone, a Brastemp é norte-americana, pois é subsidiária da Whirlpool dos EUA. O Grupo Pão de Açúcar é francês, pois é controlado pelo Groupe Casino da França. E por aí vaai… Ridículo!!!
Caro Gustavo Henrique,
Obrigado pelo seu comentário. A tendência atual ainda é de formação de empresas multinacionais.
Paulo Yokota
Sei que farei um comentário politicamente incorreto, mas a Sra. Simone Aparecida deveria pilotar fogão. Onde já se viu que a Nissan é montadora francesa? Então, eu sou marciano.
Amigo, parece-me que a Nissan comprará as ações que o Estado francês tem na Renault. O senhor sabe de alguma coisa mais aprofundada?
https://g1.globo.com/carros/noticia/nissan-negocia-comprar-acoes-do-governo-frances-da-renault-em-passo-para-fusao.ghtml
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2018/03/07/exclusivo-nissan-negocia-compra-de-acoes-do-governo-frances-na-renault-em-preludio-de-fusao.htm
Caro José Carlos,
Já se houve falar das dificuldades da Renault com o governo francês, que a encara com uma simples atividade estatal que deveria ter as regras do governo francês, mas não sei de nada concreto à respeito.
Paulo Yokota