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Advertência Importante do Comandante do Exército

17 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Política | Tags: a formação dos militares, advertência importante do Comandante do Exército, constante do Suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas | 3 Comentários »

clip_image002Quando chegamos ao ponto do comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, ter que dar uma entrevista para o Suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, dando o seu recado, é porque atingimos um ponto perigoso para o Brasil.

General Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro, em foto constante do artigo no Suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, que deve ser lido na íntegra

Depois da amarga experiência do regime militar no Brasil que começou em 1964, os militares brasileiros com uma boa formação extremamente disciplinados sabem claramente que só devem dar declarações públicas quando a situação é grave e devidamente autorizados pelos seus superiores. Além da formação na Academia de Agulhas Negras, eles possuem o curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, curso de Estado Maior para chegarem ao final de suas carreiras a generais de Exército escolhidos pelos seus superiores. Estes cursos proporcionam formações que não são usuais entre os civis brasileiros.

Temos ouvido que estes generais da cúpula do Exército Brasileiro estão preocupados com a recente evolução do Brasil, mas até agora só expressavam suas opiniões em círculos reservados para um pequeno público. Quando se convencem que precisam se expressar publicamente é porque a situação já atingiu um ponto crítico que preocupa a todos os responsáveis pelo país. Estou convencido, na longa convivência com muitos deles, que o fazem devidamente autorizados pelos seus superiores, o ministro da Defesa e o presidente da República.

Todos sabem que os militares do Exército possuem funções específicas e só em emergências são deslocados para atividades de caráter policial, para assegurar a segurança pública. Mas isto virou rotina recentemente e sua presença simultânea em diversos Estados é uma anormalidade perigosa, podendo envolver jovens soldados com atividades criminosas, como os relacionados com as drogas. As atividades relacionadas com a corrupção política deveriam ser da Polícia Federal e membros do Judiciário. A segurança nas fronteiras internacionais poderia ser de responsabilidade do Exército, mas haveria necessidade de meios adequados para tanto.

Os militares estão sendo envolvidos perigosamente em atividades políticas, tanto de interesse dos Estados como até a próxima sucessão federal. A situação dos militares, cujas aposentadorias estão sendo incluídas com os de outros funcionários de Estado, parece inadequada, pois quando necessários estes soldados devem usar armamentos letais e precisam enfrentar a morte, se assim lhes for determinado.


3 Comentários para “Advertência Importante do Comandante do Exército”

  1. Daniel Girald
    1  escreveu às 02:52 em 5 de março de 2017:

    A essa altura do campeonato, mesmo que não se chegue ao extremo de instituir novamente um governo militar, me parece que o Exército vai acabar reavendo uma posição de protagonismo nos cenários da política e da segurança pública no Brasil. E sinceramente, eu não considero tão inadequada uma movimentação nesse sentido. Me parece muito mais produtivo que os militares possam auxiliar mais diretamente a população de bem que hoje se vê ameaçada pela criminalidade, ao invés de ficarem só varrendo a calçada na frente do batalhão.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 10:30 em 7 de março de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Existe uma ampla variedade de militares também no Brasil. Não acredito que eles voltem a participar de forma decisiva na política. E eles foram preparados para a defesa externa do Brasil, e não para substituir policiais.

    Paulo Yokota

  3. Daniel Girald
    3  escreveu às 21:25 em 7 de março de 2017:

    Substituir policiais realmente não teria cabimento, mas complementar os efetivos das polícias militares com o apoio de contingentes da PE não me pareceria de todo inadequado.

    Quanto à política, ainda que o Exército como instituição possa não vir a conquistar novamente uma posição de protagonismo na vida política do país, as iniciativas individuais de candidatos ligados de alguma forma a instituições militares ainda me leva a crer que não seja tão improvável que pautas relevantes para a segurança e defesa passem a ser discutidas com mais seriedade.