Aspectos Econômicos Entre o Japão e os Estados Unidos
13 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: investimentos japoneses para criar melhores empregos nos Estados Unidos, negociações prosseguirão com o vice-presidente Mike Pence e o vice-primeiro-ministro Taro Aso, para não estragar o clima de diálogo entre os dois países não se tratou de assuntos econômicos que ainda geram divergências, problemas comerciais e de câmbio, que também é o ministro das Finanças | 2 Comentários »
Para não retirar o brilho dos primeiros contatos entre o presidente Donald Trump com o primeiro-ministro Shinzo Abe, os assuntos econômicos que ainda podem gerar atritos entre os Estados Unidos e o Japão só ficaram nas disposições de diálogos que serão comandados pelos vice-presidente Mike Pence e o vice-primeiro-ministro Taro Abe, também ministro de Finanças japonês.
Gráficos e mapas constantes do artigo publicado no Yomiuri Shimbun que vale a pena ser lido na sua íntegra
No que se refere ao comércio, os japoneses exportam aproximadamente US$ 120 bilhões anuais para os Estados Unidos, sendo que somente a indústria automobilística movimenta cerca de US$ 38 bilhões. Os Estados Unidos exportam para o Japão em torno de US$ 63 bilhões e o governo de Donald Trump deseja chegar a um difícil equilíbrio, reivindicando que a indústria automobilística produza mais localmente, ajudando a criar emprego de boa qualidade. Tudo isto depende fortemente do câmbio e os norte-americanos pretendem uma valorização do yen, como a efetivada no Acordo de Plaza, que influiu fortemente na estagnação da economia japonesa por cerca de duas décadas.
Os japoneses pretendem aumentar os investimentos de companhias privadas do Japão nos Estados Unidos, que já em fins de 2015 chegava a cerca de US$ 430 bilhões, enquanto os norte-americanos contavam com aproximadamente US$ 50 bilhões no Japão. Isto depende também dos juros pagos nos Estados Unidos que são mais elevados que no Japão, envolvendo as reservas financeiras das empresas japonesas que ficam no mercado norte-americano.
Até agora os Estados Unidos vêm se manifestando contra o TPP – TransPacif Partnership e até a reforma do NAFTA atingindo as maquiladoras instaladas no México, que também contam com empresas japonesas. A tendência atual é no sentido de caminhar para um acordo bilateral entre os dois países, o que tentaria a ser evitado pelo Japão para não ficar na forte dependência dos Estados Unidos, já existente no setor de defesa externa.
O vice-presidente Mike Pence é considerado pelos japoneses um bom interlocutor, pois tendo sido governador do Estado de Indiana conhece a situação das indústrias automobilísticas, sendo que a Toyota e a Honda contam com importantes unidades fabris naquele Estado. Existem problemas dos componentes e as empresas automobilística precisam delas a preços razoáveis para se manterem competitivas.
Mas as indicações dos bastidores é que estas negociações serão duras, muito diferentes dos contatos de cúpula que eram genéricas e de manifestações muito gerais. O mundo aguarda que elas prossigam para ver o que de fato os Estados Unidos tentarão conseguir de forma objetiva, fora do discurso exagerado que vem prevalecendo até agora. Isto interessa a todos, inclusive ao Brasil.
Trump deveria negociar mais com o Brasil que, futuramente, será um parceiro comercial muito mais atraente do que o decadente Japão.
Cara Simone Aparecida,
Acredito que seria útil aprofundar seus conhecimentos. Lamentavelmente, o mercado brasileiro é insignificante diante dos asiáticos, notadamente os emergentes daquele continente.
Paulo Yokota