Consumo de Vinhos Pelas Mulheres Japonesas

8 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: consumo pequeno mais crescendo, grupo de mulheres nos jantares, mudanças nas últimas décadas, oportunidades | 2 Comentários »

Uma matéria publicada por Aya Takada e Hiromi Horie no site da Blomberg chama a atenção para o aumento da demanda de vinhos no Japão, notadamente entre as mulheres.

Grupo de mulheres japonesas que trabalham, jantando e tomando vinho, como o Beaujolais Nouveau, na foto publicada no The Daily Telegraph

Até algumas décadas passadas no Japão, ainda que os homens costumassem jantar e beber em grupo depois do expediente de trabalho, era raro ter mulheres entre eles. Hoje, encontra-se com muita facilidade grupos exclusivos de mulheres com empregos nas empresas ou entidades públicas jantando e bebendo juntas de forma descontraída. A ingestão de bebidas alcoólicas entre elas é elevada e ainda que o vinho tenha um consumo pequeno no Japão se encontra em sensível elevação chamando até a atenção da imprensa internacional.

A maioria destes vinhos é importada e os chilenos, por causa dos seus preços mais acessíveis que os europeus e de outras origens, apresentam um crescimento mais acentuado. Elas preferem os mais leves, entre eles muitos brancos. Os dados do governo japonês indicam que até novembro passado, o Japão importou do Chile 74,6 milhões de litros, contra 54,7 da França.

Gráfico publicado no artigo do site da Bloomberg

Estes dados referem-se ao que eles consideram como vinho, pois os tipos de bebidas alcoólicas como aguardentes, tipos shotyu, vodca e uísque são mais consumidos, em maior quantidade pelos homens. Há informações que os consumos destas bebidas estão estagnados, pela redução dos jantares dos executivos japoneses em companhia de seus clientes, que compreendiam uma esticada pelos bares.

Tornaram-se populares no Japão as provas das bebidas para suas classificações, inclusive entre profissionais mulheres, além de eventos de teste dos produtos por parte dos seus fornecedores que acabam estimulando estas demandas. Os vinhos brasileiros, notadamente os espumantes e brancos considerados competitivos, poderiam ser mais estimulados no mercado japonês, por promoções conjuntas das empresas produtoras com entidades de estímulo ao aumento das exportações. No mercado interno, já são reconhecidos pelas suas qualidades e preços convenientes.

Foto das provas dos vinhos para a sua premiação, publicado no artigo do site da Bloomberg

A moda que costuma ser importante na determinação do consumo, no Japão é bastante acentuada nos seus efeitos. Os investimentos brasileiros nesta área poderiam conquistar outros mercados, como já tem acontecido com muitos produtos alimentícios, tendo um elevado efeito multiplicador.