O Abastecimento de Água Para o Grande São Paulo
1 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as necessidades de pesados investimentos para acesso a outras fontes, não se pode depender das chuvas que são incontroláveis, um problema de longo prazo
A necessidade de outras fontes, além das atuais para assegurar o abastecimento confiável de água para a Grande São Paulo, é um assunto que já estava diagnosticado desde o início dos anos 1960.
Gráfico constante do artigo de Fabrício Lobel publicado na Folha de S.Paulo, cuja leitura de sua íntegra é recomendável
A CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai, no começo dos anos 1960, já contava com um estudo comandado pelo ex-governador professor Lucas Nogueira Garcez e seu assistente, Fábio Yassuda, depois secretário de Obras do Estado de São Paulo, que indicava as fontes de abastecimento de água utilizadas, onde o sistema Cantareira era a principal, e que necessitava de outras mais longínquas e custosas, pois exigiam bombeamentos de regiões mais baixas. Estes estudos foram elaborados por profissionais da Escola Politécnica da USP, especializados em hidráulica.
Nenhuma das autoridades do Estado de São Paulo providenciou estes investimentos de longo prazo e hoje a Grande São Paulo continua dependendo das chuvas que são incertas. Quando chove como neste ano, pode se contar com razoável segurança, mas quando há secas como de 2014 há necessidade de racionamentos, cuja possibilidade deve aumentar de possibilidades nos próximos anos, segundo as sugestões feitas pelos estudiosos do aquecimento global que vem ocorrendo no mundo.
Enquanto o Brasil não absorver que existem problemas de longo prazo que necessitam de investimentos substanciais, como o caso da energia elétrica, de abastecimento de água e outros da mesma natureza, a população ficará dependendo dos azares como do clima e lamentavelmente estamos tendendo para soluções emergenciais em muitos problemas. Há necessidade de se observar o que vem sendo feito por outros países emergentes, como a China e a Índia, que, apesar dos seus muitos problemas mais graves que os brasileiros, estão conseguindo superar as limitações para manter níveis de desenvolvimento econômico e sociais mais elevados do que os nossos, como temos apontado neste site.