Shinzo Abe Admite a Compra de Armamentos dos EUA
16 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: compra de armamentos para proporcionar empregos nos EUA, dificuldades, entrevista na Câmara Alta japonesa
A conta do red carpet de Donald Trump para o Shinzo Abe chegou rapidamente. Os armamentos norte-americanos, como os aviões F-35 que não primam pelas inovações, pois já estão sendo utilizados ha décadas, serão adquiridos pelos japoneses para criar emprego nos Estados Unidos.
Primeiro-ministro Shinzo Abe questionado na Câmara Alta do Japão sobre os entendimentos estabelecidos com os Estados
Como este site já previa, o aumento da compra de equipamentos militares dos Estados Unidos pelo Japão para ampliar o emprego naquele país foi admitido pelo primeiro-ministro Shinzo Abe. Na realidade, existem muitos riscos como a mudança do principal assessor do presidente Donald Trump, Michael Flynn, que já foi desligado do governo, além dos aviões F-35, mesmo com pequenos aperfeiçoamentos, estarem exigindo novas gerações de armamentos com tecnologias de ponta. É uma surpresa que esta conta tenha sido admitida tão rapidamente.
Todos sabem que a exagerada dependência do Japão ao acordo militar com os Estados Unidos apresenta elevados riscos, pois os Estados Unidos com o novo governo ainda encontram-se numa situação instável, com muitas mudanças não planejadas. Corre-se o risco de não poderem cumprir o prometido, começando com a neutralização dos lançamentos de foguetes pela Coreia do Norte. Também novos acordos podem ser estabelecidos com a China, pois os Estados Unidos não se encontram em situação de uma forte polarização militar, quando parte dos seus aliados preferem situações mais equilibradas, como no caso da Austrália.
O mais razoável seria uma maior diversificação para a segurança externa do Japão, o que deveria acontecer também no setor comercial externo. Não se pode esperar que os norte-americanos tivessem uma recuperação muito rápida, sem flutuações que aumentam os seus riscos. O problema cambial é sensível para as intenções de equilíbrio comercial externo, além de muitos outros problemas em economias complexas como as envolvidas nestes entendimentos bilaterais.
As atitudes como as que foram adotadas por Donald Trump no seu encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Natanyahu, que dispensa a presença dos palestinos no Oriente Médio, entram em choque com as decisões adotadas nas Nações Unidas. Um chefe de Estado que não respeita os acordos feitos pelo país com a comunidade internacional acaba aumentando os problemas.
O mundo e o Brasil já contam com muitos problemas e estas incertezas em nada ajudam na recuperação de suas economias. Os dois países envolvidos, líderes no mundo, deveriam se preocupar também com as consequências que afetam a todos.