Adaptações à Atual Crise Exigem Planos Mais Elaborados
14 de março de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: ainda que se reconheça a importância da política, conveniência de um plano geral mais elaborado, muitas tentativas algumas desesperadas, não se pode depender tanto do acaso | 2 Comentários »
Parece existir uma preocupação com medidas de adaptação da economia brasileira, como no resto do mundo, às dificuldades que estão eclodindo em todas as partes. No entanto, parece conveniente que existam estudos e planos mais profundos das possíveis mudanças estratégicas para corrigir as dificuldades básicas, que exigem grandes sacrifícios.
Congresso Nacional nem sempre ajustado aos interesses nacionais
Todos sabem que os brasileiros se destacam pela sua criatividade para dançar de acordo com a música que está mudando de ritmo a toda hora. No entanto, estas adaptações acabam apresentando elevados custos, pois muitas terão que ser superadas por novas, ainda que determinadas parcelas da sociedade tenham dificuldades, notadamente os seus setores menos privilegiados.
Quando se fala, por exemplo, da necessidade de uma profunda reforma politicamente possível na Previdência Social, nota-se que se trabalha sempre com o seu déficit potencial total, sem que se diferenciem as profundas desigualdades existentes entre os privilegiados comparados com os mais modestos. Sem que se atenda à natural aspiração pela igualdade, a sua sustentabilidade ao longo do tempo tende a ser precária do ponto de vista político. Enquanto privilegiados do Legislativo, do Judiciário, das estatais e do setor público recebem aposentadorias elevadas, que está se procurando corrigir em relação aos mais modestos que nem recebem um salário mínimo, a grande maioria da população, e terão que arcar com sacrifícios adicionais. Até que se chegue num futuro muito remoto a um só sistema, muitos modestos aposentados estarão mortos, enquanto os privilegiados estarão gozando boas situações no exterior, infelizmente.
Elaborou-se um plano geral para as licitações de muitas concessões, notadamente na infraestrutura em tempo relativamente curto. Mas nem todas as restrições atualmente existentes estão sendo estudadas em seus detalhes, dificultando suas execuções. Muitos setores da administração pública são contrários aos atuais acordos de leniência, desejando enfiar também a sua colher no assunto para que tenham visibilidade pública, visando carreiras políticas futuras. Não se dão conta que os criminosos devem ser punidos, mas ao desorganizar as empresas estruturadas com longos trabalhos reduzem as alternativas de concorrentes nas licitações.
Também estão sendo relevadas as necessidades de preservação do meio ambiente, bem como as condições básicas para a sobrevivência dos indígenas e de toda a diversidade animal e vegetal, que dependem das florestas. Soluções para a administração do uso das águas parecem visar resultados político-partidários, ainda que as soluções técnicas não sejam as mais recomendáveis para determinadas regiões do país. Seria interessante que o acúmulo de conhecimento tecnológico de outros países seja aproveitado.
Existe uma evidente capacidade ociosa no uso dos recursos humanos no Brasil, notadamente dos pesquisadores, que registra ainda um nível de desemprego assustador. Os mesmos não estão sendo utilizados para tentar um mínimo de consenso das soluções possíveis para muitos problemas.
Quando se observa o que vem sendo feito na China ou na Índia, ainda que seus problemas e condições sejam diferentes das brasileiras, constata-se a existência de muitas coisas que podem ser aproveitadas, mesmo com o seu nível de renda per capita ainda modesta. Não se observa intercâmbios para as discussões destas soluções adotadas em outros países, que apresentam um mínimo de semelhança com o Brasil.
Na verdade, o problema no Brasil é vontade política e vergonha na cara, mas infelizmente o sistema eleitoral atual não permite que políticos competentes sejam eleitos.
Cara Meg,
Lamento, mas parece que os problemas são mais difíceis, e é preciso que os jovens estudem mais profundamente quais as soluções que existem do ponto de vista político. Não basta querer, é preciso que se formulem processos que conduzam a um aperfeiçoamento, recuperando valores morais.
Paulo Yokota