Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mitsubishi Motor Fazendo Suas Lições de Casa

21 de março de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: auxílio do sistema de tecnologia da informação, Mitsubishi Motors sob o comando de Carlos Ghosn, tentando ganhar competitividade | 22 Comentários »

clip_image002Alguns leitores deste site reclamam que escrevo demasiadamente sobre Carlos Ghosn, o que atribuo ao site do Nikkei Asian Review, parte do principal jornal econômico do Japão que todos os empresários, funcionários públicos e políticos leem cotidianamente. Eles reconhecem que este empresário está revolucionando o funcionamento da indústria automobilística japonesa, comandando a Renault, a Nissan, a Mitsubishi Motors e todas as suas subsidiárias, envolvendo uma produção em torno de 10 milhões de veículos por ano. (Carlos Ghosn usa a TI – Tecnologia da Informação para tornar a Mitsubishi Motors mais competitiva. Foto publicada no site da Nikkei Asian Review)

Depois que a Nissan adquiriu 34% da Mitsubishi Motors em outubro do ano passado, a última passou a fazer parte da aliança entre a Renault e a Nissan. Agora, com o comando de Carlos Ghosn está se introduzindo em suas fábricas um sistema de TI para detectar imediatamente todos os problemas existentes a serem corrigidos rapidamente.

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Esquema do uso da TI nas fábricas da Mitsubishi Motors publicado no artigo do site do Nikkei Asian Review

A fábrica de Okazaki da Mitsubishi Motors, que produz seus SUVs, ocupa um milhão de metros quadrados em Aichi e em janeiro último foi instalado o seu centro de tecnologia. A linha de montagem que compreende a solda, pintura e montagem é inspecionada por sensores que detectam cada problema que é enviado pela internet imediatamente, quando antes eram acumulados em grupos.

Cerca de dois mil itens são inspecionados, havendo até 400 a 500 problemas num só dia. Existem 24 computadores instalados para monitorarem estes processos de produção, desde a soldagem até a prensagem. Este mesmo tipo de sistema deve ser instalado também na fábrica de Mizushima, ainda no próximo mês. São algumas inovações que estão sendo introduzidas sob a orientação de Carlos Ghosn para a redução dos custos e aumento da competitividade.

Não se trata de algo imposto de cima para baixo, mas o aperfeiçoamento do processo conta com a participação de todos os funcionários, no que os operários japoneses são bons. Está se reduzindo os estoques e os custos logísticos, tudo indicando que se caminha no sentido da Mitsubishi Motors se tornar competitiva, como se conseguiu na Renault e na Nissan.


22 Comentários para “Mitsubishi Motor Fazendo Suas Lições de Casa”

  1. Carlos Silva
    1  escreveu às 19:24 em 21 de março de 2017:

    Professor Yokota:

    O Carlos Ghosn tem os seus méritos, mas os executivos genuinamente japoneses da Honda, Toyota, Fuji Heavy Industries (Subaru), Yamaha etc. têm, também, as suas qualidades. Gosto muito, por exemplo, do Akio Toyoda (Toyota Motor).

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 09:32 em 23 de março de 2017:

    Caro Carlos Silva,

    Conheço grupos como a Honda e a Toyota, bem como outros grandes do Japão. Em outros setores como na farmacêutica, vidros etc. eles estão procurando a internacionalização, pois estão conscientes que países com populações decrescentes habitando um arquipélago correm riscos como o Reino Unido que está ficando cada vez mais para trás.

    Paulo Yokota

  3. Lucas Capez
    3  escreveu às 20:33 em 21 de março de 2017:

    Paulo, além do Ghosn, há outros empresários da indústria de carros bem-sucedidos como o Alan Mulally da Ford, a Mary Barra da GM, o Carlos Tavares da PSA Peugeot Citroën etc.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 09:28 em 23 de março de 2017:

    Caro Lucas Capez,

    Todos os grupos do setor automobilístico que estão na casa dos 10 milhões de veículos por ano merecem o respeito.

    Paulo Yokota

  5. Fernando Schneider
    5  escreveu às 21:54 em 21 de março de 2017:

    Costuma-se endeusar, de modo excessivo, a figura do Carlos Ghosn. Mas o fato é que ele jamais conseguiu reproduzir o mesmo êxito que teve com a Nissan com as montadoras Renault e AvtoVAZ (LADA). A russa, aliás, jamais teve lucro sob a gestão do Dr. Ghosn.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 09:27 em 23 de março de 2017:

    Caro Fernando Schneider,

    Todo empresário que nasceu no Brasil e que obtém sucesso no exterior deve merecer respeito, como o pessoal da AMBEV. Na China a Nissan está concentrada no esforço dos carros elétricos e com um pouco de tempo, acredito que na Rússia também acabarão encontrando formas de cooperação que costuma levar muito tempo em países complexos como a Rússia.

    Paulo Yokota

  7. Mirella Oliveira
    7  escreveu às 12:56 em 22 de março de 2017:

    Querido Paulo,
    Sou brasileira com muito orgulho. Sempre fui patriota e me lembro de uma entrevista com o Carlos Ghosn em que ele afirmava que NÃO era patriota seja pelo Brasil, pelo Líbano ou pela França.
    Desagrada-me, portanto, a tentativa da imprensa brasileira de ficar toda hora chamando o Ghosn de brasileiro. Aliás, o Carlos Ghosn só usa passaporte francês quando vai viajar de avião…

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 09:20 em 23 de março de 2017:

    Cara Mirella Oliveira,

    Apesar da atual volta para o nacionalismo populista, acho que em alguns setores como o automobilístico a tendência é de atual global. Também tenho dupla nacionalidade, e por conveniência uso o passaporte japonês no exterior, pois não exige vistos em muitos países.

    Paulo Yokota

  9. Guilherme Costa Pinheiro
    9  escreveu às 14:12 em 22 de março de 2017:

    Blogueiro, então, a Mitsubishi Motors também é propriedade da Renault? Os franceses também são donos da Nissan… E isso mesmo? Valeu!!!!

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 09:17 em 23 de março de 2017:

    Caro Guilherme Costa Pinheiro,

    Não é tão simples assim. O que existe são acordos de empresas independentes.

    Paulo Yokota

  11. Eduardo Moura
    11  escreveu às 16:34 em 22 de março de 2017:

    Eu sou muito mais o Matthias Müller que é o CEO da Volkswagen. O Müller está conduzindo bem o problema do dieselgate. O Ghosn sempre foi mais um falastrão.

  12. Paulo Yokota
    12  escreveu às 09:15 em 23 de março de 2017:

    Caro Eduardo Moura,

    Acho que Matthias Muller deve ser respeitado, mas também a Volkswagen teve problemas.

    Paulo Yokota

  13. Juciléia
    13  escreveu às 17:11 em 22 de março de 2017:

    Sempre comprei carros da Mitsubishi, mas não gostei do fato da Nissan ter comprado 34% das ações da minha Mitsubishi. Acho que a aliança franco-japonesa Renault-Nissan vai estragar a Mitsubishi. A Mitsubishi ficaria melhor com a Honda ou com a Toyota.

  14. Paulo Yokota
    14  escreveu às 09:14 em 23 de março de 2017:

    Caro Jucileia,

    Não se junto com os grupos que gostaríamos, mas com os que estão dispostos por usufruírem vantagens. Nenhum grupo japonês como a Honda ou a Toyota estaria interessada na Mitsubishi Motors, nem as antigas participantes do grupo Mitsubishi. Lamentavelmente, juntar grupos japoneses com outros do Japão, soma pouco para quem deseja atuar internacionalmente.

    Paulo Yokota

    Paulo Yokota

  15. Lindomar S. Souza
    15  escreveu às 22:03 em 22 de março de 2017:

    A Mitsubishi que se prepare, pois o Carlos Ghosn vai querer colocar motor diesel da Renault em seus carros. A marca japonesa terá sérios problemas… Leia, por favor, abaixo:

    Investigação de fraude da Renault em emissões envolve Carlos Ghosn:

    http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2017/03/investigacao-de-fraude-da-renault-em-emissoes-envolve-carlos-ghosn.html

  16. Paulo Yokota
    16  escreveu às 09:10 em 23 de março de 2017:

    Caro Lindomar S. Souza,

    Lamentavelmente, o Brasil não tem importância no cenário internacional da indústria automobilística, onde se conta somente aqueles que no seu grupo produzem cerca de 10 milhões de veículos. Procure utilizar informações de fontes internacionais.

    Paulo Yokota

  17. Gustavo Lima de Almeida
    17  escreveu às 13:25 em 23 de março de 2017:

    Sr. Yokota:

    A Renault teria fraudado testes de emissões de poluentes na França por 25 anos, com o consentimento do CEO Carlos Ghosn. É o que consta em matérias publicadas pela imprensa internacional. Sou ambientalista e o Carlos Ghosn perdeu o meu respeito.

  18. Paulo Yokota
    18  escreveu às 15:46 em 23 de março de 2017:

    Caro Gustavo Lima de Almeida,

    Por favor, seja específico sobre a fonte de suas informações.

    Paulo Yokota

  19. Daniel Girald
    19  escreveu às 09:42 em 24 de março de 2017:

    O problema dos testes de emissões é muito amplo, e vai muito além de mapeamentos de injeção eletrônica. Além do mais nesses modelos mais recentes com sistemas de controle de emissões muito mais sofisticados, em que às vezes o motor é submetido a regimes de rotação e débitos de injeção diferentes da operação normal com o intuito de limpar o filtro de material particulado (DPF) mas que acabam momentaneamente gerando uma quantidade de óxidos de nitrogênio que seria considerada anormal.

  20. Paulo Yokota
    20  escreveu às 10:53 em 25 de março de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Realmente, os testes de emissão de poluentes estão se alterando e aperfeiçoando, e lamentavelmente até grandes grupos foram apanhados em suas irregularidades. Com a melhoria das baterias, os carros elétricos estão se mostrando os mais promissores para serem menos poluentes.

    Paulo Yokota

  21. Daniel Girald
    21  escreveu às 00:54 em 18 de abril de 2017:

    Ainda tenho um pé atrás com os carros elétricos, não aposto num fim tão próximo para o motor a combustão interna.

  22. Paulo Yokota
    22  escreveu às 20:52 em 18 de abril de 2017:

    Caro Daniel Girald,

    Não se trata do fim dos combustíveis fosseis, mas da redução do seu percentual com a elevação dos demais, inclusive elétricos.

    Paulo Yokota