Solução Para Problemas Como das Inspeções Sanitárias
22 de março de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: carreiras de Estado com constantes aperfeiçoamentos, dificuldades da administração Pública e o setor privado, soluções de longo prazo
Sempre existirão problemas do adequado preparo de funcionários públicos para a fiscalização das atividades do setor privado. Muitos países desenvolveram carreiras para funcionários de Estado, que ingressam por concurso e estão sujeitos a constantes aperfeiçoamentos ao longo de suas carreiras. A China introduziu o sistema em torno de 1.300 para preparo dos chamados mandarins para ajudar na administração do país.
O Japão criou em 1877, na Era Meiji, as Universidades Imperiais como a de Tóquio, para o preparo de funcionários públicos de alto nível
Muitos países desenvolvidos como a Alemanha e a França contam com cursos especiais para preparar os altos funcionários públicos, como nas Escolas Fazendárias que o Brasil também procurou copiar, sofrendo restrições do presidente Ernesto Geisel, que entendia que isto promovia uma concorrência com os militares.
Além do ingresso no serviço público por concurso, há que se estabelecer um sistema de promoção pelo mérito, com constantes cursos de aperfeiçoamentos onde aprovados possam prosseguir na ascenção em suas carreiras. No Brasil, existem algumas carreiras de Estado, mas depois do concurso de ingresso não existe um estímulo sistemático para seus aperfeiçoamentos durante suas carreiras.
É evidente que funcionários especializados em inspeção sanitárias não podem ser escolhidos por critérios políticos. O poder de corrupção de muitos do setor privado acaba induzindo alguns destes funcionários públicos, transformando-os em verdadeiros empregados dos frigoríficos, por exemplo.
Só o ingresso por concurso público é insuficiente, pois muitos acabarão se relacionando com os políticos para facilitarem suas ascenções. Se forem exigidos cursos de aperfeiçoamentos constantes, os aprovados por exame de suas qualificações acaba, ao longo do tempo, formando um grupo de funcionários que pensam prioritariamente nos interesses públicos. Mas, como se trata de um problema moral, há que se transformar estes objetivos em questões culturais, o que leva muito tempo, mas em algum momento tem que começar.