The New York Times e os Gastos Militares dos EUA
23 de março de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: armamentos nucleares, aumento do orçamento militar dos EUA, o que se objetiva?, poder aéreo, poder naval, por país, tropas
Num longo artigo preparado por K.K. Rebecca Lai, Troy Griggs, Max Fischer e Ausdrey Carlsen, o importante jornal norte-americano The New York Times fornece amplos dados sobre o poder militar dos Estados Unidos, que deve ser lido na sua íntegra por todos que se preocupam com a situação mundial.
Gráfico mostra o aumento proposto pelo governo Donald Trump para gastos militares que, apesar de mais elevados inicialmente, são menores do que os anos anteriores, com suas suplementações expressas em cores mais claras
A discussão começa com o orçamento inicial que realmente é superior em US$ 54 bilhões ao dos anos anteriores, mas quando considerados os suplementos efetuados posteriormente ainda não é o recorde afirmado pelo governo Donald Trump. No passado, ficava claro onde os norte-americanos estavam aplicando estes recursos, o que ainda não ficou claro no atual governo pela falta de sua explicitação, embora se suponha ser nos mares próximos à China e nas regiões que possam confrontar com os chineses e com os russos.
O artigo informa, com o gráfico abaixo, sobre os países e os recursos militares onde os Estados Unidos aparecem com destaque de US$ 596 bilhões, sendo que a China já é a segunda com US$ 215 bilhões, menos da metade dos EUA. Os demais sete mais relevantes somam US$ 567 bilhões e o restante do mundo soma US$ 514 bilhões.
Gráfico e mapa constante do artigo publicado no The New York Times que deve ser examinado na sua íntegra
Em termos de tropa, os EUA contam com 1,3 milhões de militares em serviço estacionados na Europa e na Ásia e 865 mil em reserva. O governo Donald Trump anuncia que os fuzileiros navais atualmente em 660 mil devem receber cerca de 70 mil novos. Muitos dos seus custos estão sendo arcados pelos países aliados dos Estados Unidos, como o Japão.
Em termos de poder aéreo os EUA possuem 2.200 caças, sendo cerca de 1.400 operados pela Força Aérea, que o governo anunciou pretender aumentar em 100 aviões de combate. Segundo o artigo, estas aeronaves estão entre os mais avançados, mas existem outras informações que os russos conseguiram substanciais avanços técnicos. O novo governo pretende gastar US$ 400 bilhões em novos aviões de combate F-35, que seriam da chamada quinta geração, mas não existem informações detalhadas onde seriam alocados.
Em termos de poder naval, os Estados Unidos possuem 275 navios de superfície e submarinos e o governo Trump pretende aumentar 350, incluindo dois novos porta-aviões. A Marinha está sob pressão de críticas, mas especialistas alegam que ela precisa estar presente em diversas partes do mundo.
Gráfico sobre as armas nucleares nos Estados Unidos, na Rússia e no resto do mundo, cujos números não são totalmente seguros, pois estes tipos de dados costumam ser altamente sigilosos, constante do artigo do The New York Times que deve ser lido na sua íntegra
Sobre o poder nuclear, houve uma sensível redução nos Estados Unidos e na Rússia, conforme o gráfico apresentado acima. Não há informações de como serão recuperadas as forças nesta área pelos Estados Unidos, mas os pronunciamentos são no sentido do aumento rápido de sua capacidade.
O que se informa por outras fontes especializadas, ainda que não sejam totalmente confiáveis, é que os Estados Unidos em muitos setores militares acabaram se atrasando em termos tecnológicos, diante do baixo crescimento dos investimentos recentes, mesmo com recursos suplementares, principalmente na segunda metade do governo de Barack Obama. A pretensão de Donald Trump é atender às reclamações do chamado complexo militar-industrial que é extremamente poderoso naquele país, como dos militares que se mostram insatisfeitos com a atual situação.
Como se sabe, estes dados de gastos militares bem como os demais desta área costumam ser extremamente sigilosos e, mesmo com o esforço dos jornalistas do The New York Times como de outras fontes especializadas, não se pode assegurar que eles sejam totalmente seguros.