Economia Japonesa em Melhora Contínua
10 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: 51 meses de crescimento contínuo, a demanda dos consumidores não melhora, melhora no índice composto de indicadores econômicos
Uma notícia distribuída pela agência Jiji do Japão e publicado no Yomiuri Shimbun informa que o índice composto de indicadores econômicos do Japão mostra uma melhora contínua pelos últimos 51 meses, mas os consumidores japoneses não demonstram que seu consumo e padrão de vida estejam melhorando.
Novas construções de edifícios luxuosos no centro de Tóquio
Ainda que com taxas modestas, mesmo com a redução da população japonesa e seu envelhecimento, os indicadores econômicos do Japão registram um crescimento contínuo por 51 meses, um dos períodos mais longos depois da Segunda Guerra Mundial, segundo a notícia publicada no Yomiuri Shimbun. Isto deveria estar provocando uma melhoria da renda dos consumidores japoneses, o que não acontece, preocupando o governo.
Ainda que este crescimento seja modesto em taxa, ao se registrar ao longo de um período amplo, o consumo pessoal dos japoneses vem caindo. A discrepância do indicador geral que teria crescido 15,5% desde o ano base de 2010, o consumo pessoal ficou nos modestos 4,4%, sendo negativo nos últimos meses.
O fato concreto é que uma parte da demanda no Japão vem sendo sustentada pelo aumento do turismo externo, que também não tem a vitalidade do passado. Ainda que continue crescendo, muitos estrangeiros asiáticos já dispõem em seus países de fornecimentos de produtos japoneses que desejam, inclusive pela internet.
O fato concreto é que agricultura japonesa está se reduzindo. Os bens como os produtos que estão sendo oferecidos nos supermercados na sua maioria são fornecidos pelos vizinhos asiáticos, com destaque para a China. O que vem ainda se ampliando no Japão são os serviços, pois também os produtos industriais estão encontrando dificuldades de serem fabricados de forma competitiva no Japão. Os empreendimentos dos japoneses no exterior continuam aumentando, mesmo com algumas dificuldades.
No setor imobiliário, tanto os poucos grupos japoneses como até alguns do exterior continuam efetuando investimentos, mas não beneficiam muito a população japonesa que não se dispõe mais a realizar tarefas pesadas e cansativas, que acabam sendo feitos pelos imigrantes estrangeiros mais modestos. No meio rural, muitas regiões contam somente com idosos, pois os jovens migraram para as grandes metrópoles urbanas.
Aparentemente, o que está ocorrendo no Japão é semelhante também em outros países altamente desenvolvidos, mostrando que não são somente os dados econômicos que refletem o bem-estar da população, que contam com outros aspectos para continuar feliz.
Para as populações de países emergentes e menos desenvolvidos ainda as condições econômicas básicas continuam sendo relevantes.