Empresas Japonesas Avançam em Varejo no Exterior
13 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a cadeia Muji amplia estabelecimentos no exterior, já superam as do Japão, varejo de produtos sem marcas | 2 Comentários »
A empresa Mujirushi Ryohin, que significa literalmente “nenhuma marca, bens de qualidade”, é conhecida no Japão e costumo usar quando viajo para aquele país. Ficou famosa por vender produtos de qualidade que não investem nas publicidades, contando com embalagens simples, sem marcas.
Uma loja da Muji no centro de Tokyo, que trabalha com sete mil produtos que não possuem marcas, sendo de qualidade a preços mais convenientes
Esta cadeia de lojas possui no Japão 424 estabelecimentos e no próximo ano fiscal deve chegar a 460 no exterior. 57 novas devem ser instaladas no exterior, enquanto somente seis estão programadas no Japão. Este tipo de tendência observa-se também com a Fast Retailing Uniqlo, que está muito forte nos Estados Unidos e é especializada em confecções, entrando também nas comparáveis com as das grifes internacionais.
A Muji está bem instalada na China, onde aumenta suas lojas, mas também em outros países emergentes como a Índia. O lucro líquido da empresa já crescem 18,9% ao ano, o que não é nada desprezível. O forte de sua publicidade é o boca-a-boca.
No Japão, além de estarem localizadas nas regiões de comércio mais modesto, também estão presentes nos famosos centros, num canto, convivendo com lojas de alto luxo como também restaurantes e galerias de arte.
Seus dirigentes informam que no varejo os preços são importantes em produtos descartáveis, como as meias. Ofertas para vendas de três pares de meia que custavam 1.200 yens (cerca de US$ 11) quando baixaram para 990 yens foi um sucesso de venda.
Também trabalham com máquinas simples que trituram café e os servem com preço equivale a US$ 300. Tendo lançado em 31 de janeiro último no Japão, nos primeiros 69 dias receberam pedidos de 12 mil unidades, ou quase US$ 4 milhões. Também trabalham usando as redes de comunicação social para partilharem com seus consumidores novos estilos de vida e, evidentemente, novos produtos.
Prof Paulo, o que o senhor acha da opiniao desse membro da keidaren? http://asia.nikkei.com/Politics-Economy/Economy/Hire-foreigners-with-Japanese-roots-to-ease-labor-woes-Lobby-chief
Caro Roberto Nakamura,
No passado o Keidanren teve maior importância, e seu presidente costumava ser da indústria pesada que tinha influência no resto do Japão. Hoje, predominam os das indústrias mais leves, e estão preocupados com o problema demográfico no Japão que é grave, com a redução e envelhecimento da população. Seria importante que o Japão abrisse mais para os imigrantes vindos do exterior, não somente recursos humanos braçais, mas para um país com pouca mistura étnica e com história concentrada num arquipélago isto é muito complexo, como está se notando no resto do mundo. Os emergentes da Ásia como a China e Índia tiram partido dos seus aspectos demográficos. Talvez a exceção seria Cingapura, que mesmo sendo um país cidade, procura se manter aberto aos seus países vizinhos.
Paulo Yokota