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Os Problemas dos Planos de Saúde com Seus Usuários

11 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: agravamento com o aumento dos idosos, constantes problemas, interferência do Judiciário

clip_image002São constantes os conflitos dos planos de saúde com seus usuários e um artigo publicado na Folha de S.Paulo trata dos custeios dos serviços de home care, agravados com constantes decisões que são tomadas no Judiciário.

O casal Murakani que conseguiu no Judiciário a cobertura de volumosas despesas com o home care. Foto publicada no artigo da Folha de S.Paulo que vale a pena ser lido na sua íntegra

O problema vem se agravando com o aumento dos idosos na população brasileira, com o aumento da expectativa de vida, que acabam necessitando de mais assistência médica bem como de outros serviços relacionados com a saúde deste público. Os planos de saúde privados nasceram da impossibilidade dos serviços públicos atenderem a toda a população em todas as suas necessidades de saúde, como foi disposta generosamente na Constituição. Como entidades privadas, elas visam lucros, tentando reduzir os custos das coberturas de todos os tipos de riscos, dentro de contratos nem sempre claros, agravados por decisões do Judiciário que entende de forma ampla o que deve ser coberto por estes planos.

O artigo de Cláudia Colluci publicado na Folha de S.Paulo procura cobrir os casos que exigem home care, normalmente decorrentes de problemas de saúde. Teoricamente, ele acabaria ficando menos custosos que nos hospitais, que, tendo serviços mais completos, acabam saindo mais caros e com aumento dos riscos de infecções hospitalares. Os idosos tendem a ter recuperações mais demoradas que os jovens e quando não necessitam de assistência tão constante acabam preferindo completar a sua recuperação nas suas residências, com assistências menos constantes. Mas a entidade representativa dos planos de saúde alega que muitos médicos e as decisões do Judiciário extrapolam estas necessidades, caminhando até na pretensão de assistência para assuntos relacionados com a limitação dos idosos no seu cotidiano. Para ela, estas tarefas deveriam ser dos chamados cuidadores que seriam membros da família, não necessitando de formações relacionadas com a medicina, como enfermagem, fisioterapia ou até psicologia, entre outras especialidades.

O artigo aborda um caso complexo de um casal de idosos em que ela já sofria de Alzheimer e sofreu uma queda na qual fraturou uma costela. Ele, que exercia a tarefa de cuidados de sua esposa, sofria de insuficiência cardíaca e doença pulmonar. Os seus custos acabaram somando cifras volumosas no home care que o plano de saúde recusava cobrir, o que acabou conseguindo por decisão judicial. Casos menos graves se multiplicam e as estatísticas mostram uma tendência de elevação destes conflitos, com longos processos no Judiciário.

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Gráfico constante do artigo publicado na Folha de S.Paulo

Estas dificuldades necessitam contar com planos que cubram estes eventos, o que naturalmente acabará aumentando seus custos. Por mais compreensível que sejam estas decisões no Judiciário, que tende a beneficiar as partes consideradas mais fracas, é preciso entender que alguém terá de arcar com estes custos, sendo difícil imputá-los para empresas privadas.