Proposta Para a Redução dos Impostos nos EUA

27 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldade para os democratas se posicionarem contra, efeitos em todo o mundo, problemas para o Brasil | 2 Comentários »

Um artigo escrito por Julie Hirschfeld Davis e Alan Rappeport e publicado no The New York Times mostra que o presidente Donald Trump com toda a sua ousadia está propondo medidas de redução dos impostos para os indivíduos e empresas que podem levar grupos estrangeiros a se instalarem nos Estados Unidos. Enquanto isto, o Brasil possivelmente terá que aumentar a carga tributária para atender aos parlamentares que insistem em não cortar mais fortemente as despesas públicas.

Foto de Gary D. Cohn, diretor do Conselho Nacional de Economia, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, falando à imprensa. Foto publicada no The New York Times, cuja matéria vale a pena ser lida na íntegra

Muitos entendem que o espalhafatoso presidente Donald Trump é exageradamente ousado, mas as medidas que seu governo está tomando na área fiscal com a proposta de redução dos impostos para os indivíduos e empresas, mesmo com a oposição dos democratas, pode ter uma grande importância na ativação da economia dos Estados Unidos. De um lado, fica difícil mesmo para a oposição se posicionar contra a redução de impostos que certamente é uma medida popular e com forte impacto na aceleração da recuperação da economia daquele país.

O problema é que outros países do mundo terão que tomar medidas semelhantes para não perder os investimentos que serão feitos nos Estados Unidos, enquanto nações como o Brasil, que já enfrentam déficits gigantescos, não podem fazer o mesmo, ficando pouco competitivos com relação àquele país.

Muito mais que as medidas protecionistas que estavam sendo propostas até agora, esta redução da carga tributária para os norte-americanos provocará até o esvaziamento de países vizinhos como o México e o Canadá, pois está se ameaçando até com a eliminação do NAFTA – North America Free Trade Agreement. As chamadas maquiladoras estavam instaladas na fronteira dos Estados Unidos no México visando o atendimento da demanda dos norte-americanos.

É evidente que haverá muitos problemas, pois o mundo atual ficou consolidado com o fornecimento de matérias-primas e produtos intermediários como componentes em muitos diferentes países. Mas, a longo prazo, haverá uma acomodação paulatina atingindo mesmo estes fornecimentos.

Como os Estados Unidos estão próximos do pleno emprego, haverá necessidade de intensificação da robotização e uso dos meios eletrônicos visando a economia de recursos humanos, pois a imigração também está sendo reduzida. Os juros mais elevados que vêm sendo recomendado pelo FED – Banco Central dos Estados Unidos devem aumentar os fluxos financeiros de outras partes do mundo para aquele país.

Os Estados Unidos, que vinham perdendo espaço e avanços tecnológicos com relação a outros países, como a China, tendem a reverter este processo que demandará muito tempo até maturar todas estas mudanças. No fundo, o “America first” ganha corpo.