Decisões Ousadas de Emmanuel Macron na França

15 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: 46 anos, deputado e prefeito de Havre, escolha do primeiro-ministro Edouard Philippe, já foi socialista, membro moderado do partido Republicano | 4 Comentários »

Os noticiários dos principais jornais no mundo estão informando que o novo primeiro-ministro da França é Edouard Philippe, jovem de 46 anos, deputado de um partido diferente do presidente Emmanuel Macron, que é da Marche.

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que o Primeiro Ministro é Edouardo Philippe, deputado de centro direita, prefeito de Havre e pertencente ao partido Os Republicanos, que foi colaborador do ex-premiê conservador Alain Juppé. Foto publicada em diversos jornais

Depois do anúncio, o presidente Emmanuel Macron viajou para a Alemanha, conforme havia informado, para se encontrar com a chanceler Angela Merkel para conversarem sobre a consolidação da Comunidade Europeia. Poucas vezes houve ações tão ousadas, com o presidente escolhendo para primeiro-ministro um membro de outro partido, mostrando toda a ousadia como não se esperava muito rapidamente pela opinião pública. Ele parece disposto a manter o comando das mudanças que estão se observando na França e na Comunidade Europeia, que deve repercutir em todo o mundo.

Se havia um sentimento que a Europa estava se esclerosando com uma população decrescente e idosa, as atitudes do presidente Emmanuel Macron estão indicando forte dinamismo, uma abertura para a imigração e para a globalização, ao mesmo tempo em que combate os criminosos atentados, tentando mudar os rumos relevantes naquele continente. Ainda é muito cedo para saber se tudo isto dará certo, mas mostra a juventude do novo governo tentando comandar um processo de profunda mudança.

A situação a que chegou a Europa exigia medidas ousadas que parecem adequadas para a aglutinação das diversas frentes, pois o governo eleito não dispõe de maioria parlamentar até o momento, sendo que os dois partidos mais tradicionais com os socialistas e comunistas de um lado disputando com a extrema direita Frente Nacional.

Parece que, para as próximas eleições parlamentares na França, o presidente Emmanuel Macron está indicando personalidades que não são políticos tradicionais, inclusive metade de mulheres. É preciso considerar que também existe um legislativo na Comunidade Europeia que está sendo acusada de gigantismo sem uma elevada eficiência.

O presidente precisa conquistar os eleitores jovens que estão sendo fortemente afetados pelo desemprego e até agora estão liderando muitas manifestações populares. Espera-se que estas surpreendentes decisões ajudem a passar uma parte destes jovens para ajudar o governo.

As repercussões destas medidas são mundiais. No Brasil, onde o governo Michel Temer ainda se prendia a formas mais tradicionais de fazer política, parece que deve se mirar no que está acontecendo, passando a adotar novas orientações.