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Explorações Econômicas na Amazônia

4 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a criação de peixes como o tambaqui, biodiversidade amazônica, esforços locais para aproveitamento das condições naturais

Ainda que seja uma promoção oficial do governo do Estado do Amazonas, um suplemento foi publicado pela Folha de S.Paulo destacando algumas atividades econômicas para a diversificação de sua economia, com destaques como a criação de peixes e aproveitamento da biodiversidade local.

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Capa do suplemento publicado na Folha de S.Paulo

Com a recessão que se observou nos últimos anos, a Zona Franca de Manaus, que era o carro chefe da economia do Estado do Amazonas, deixou de ter a sua importância relativa decorrente de uma industrialização forçada. A diversificação de sua economia tornou-se necessária para continuar com o seu desenvolvimento de forma sustentável, contribuindo para o avanço da Região Norte.

Algumas das atividades são promissoras com demandas crescentes no mercado interno e com potencialidades até no exterior, estando já em plena expansão da produção, com boas perspectivas. É o caso da criação do tambaqui, muito apreciado no Brasil pelo seu alto teor de gordura de boa qualidade para a saúde humana, ao mesmo tempo em que sua pesca natural nos rios apresenta riscos de contaminação do mercúrio utilizado nos garimpos de forma criminosa. Outras variedades de peixes fluviais como o matrinxã, o pirarucu e o pacu também estão em expansão.

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Depois da pesca do tambaqui, a sua conservação ainda é precária, podendo ser aperfeiçoada. Foto da Folha de S.Paulo

As produções dos alevinos estão concentradas em três centros de pesquisa e produção, localizados em Balbina, Humaitá e Benjamin Constant somente no Estado do Amazonas. As rações utilizadas nas criações costumam ser de soja e outros cereais disponíveis no país, representando a maior parcela do seu custo de produção.

Outra atividade que continua sendo importante no Estado de Amazonas é o do guaraná que nada tem com o refrigerante que leva o seu nome, uma mera água colorida e açucarada. O guaraná é transformado em bastão, sendo benéfico para a saúde humana e ainda é o carro-chefe do aproveitamento da biodiversidade da região e já teve um período em que era mais considerado.

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Foto da colheita do guaraná constante da Folha de S.Paulo

Hoje, o guaraná compete com o açaí que se tornou um produto com grande aceitação no resto do país como no exterior. Mas estes produtos ainda bastante extrativos, com poucas produções decorrentes de plantios, não necessitam de derrubadas das matas, pois já existem espaços suficientes para a sua produção nas áreas já desmatadas. Mas há que se preocupar para que suas produções não sejam contaminadas de formas inconvenientes.

Hoje, o Estado de Amazonas preocupa-se com a chamada Matriz Econômica Ambiental onde estes produtos possam ser beneficiados com tecnologias avançadas, sem necessidade de prejuízos para a floresta. Existem outros produtos semelhantes na biodiversidade regional que ainda não estão adequadamente exploradas.

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Gráfico e tabela constante do Suplemento da Folha de S.Paulo.

Muitas das possibilidades do Estado de Amazonas também ocorrem em outras unidades da região Norte do Brasil, podendo ser geradoras de empregos como até de divisas com suas exportações, mas há se que trabalhar com persistência por longos prazos.