Necessidade de Planos Industriais de Prazo Mais Longos
9 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: CM 2025 aprovado pelo State Council of China, dez setores estratégicos para mudanças tecnológicas, reconhecimento dos europeus sobre os planos industriais dos chineses
Entre os especialistas está ficando claro que o desenvolvimento tecnológico da China está ultrapassando o dos Estados Unidos, até porque aquele país asiático está esclarecendo as medidas a sertem tomadas para que este desenvolvimento ocorra no futuro, de forma bastante detalhada.
O esquema do plano industrial da China até 2025, constante da capa do documento do European Union Chamber of Commerce in China
Especialistas como das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, que publicaram um artigo sobre o assunto no Project Syndicate, e também do Center for Strategic & International Studies e principalmente os ingleses do China-Britain Business Council estão elogiando os planos de desenvolvimento industrial da China até 2025. Como foram detalhados por mais de uma centena de especialistas chineses em trabalhos que demandaram anos, eles estão entendendo que a China está aumentando a influência do mercado nestas tendências ouvindo o setor privado, com definições claras dos estímulos fiscais e financeiros que serão utilizados.
O que parece que está ficando claro para muitos é que o mercado não é suficiente para orientar todos os setores da economia, principalmente quando existem distorções de alguns oligopólios e ações das empresas estatais. As agências que procuram preservar a concorrência necessitam de algumas orientações do governo, mesmo nas economias de mercado, para corrigir algumas das suas deficiências. Isto acaba sendo mais acentuado na China.
No caso deste país asiático, a intervenção governamental continua exagerada, pois vinha de uma economia totalmente centralizada para uma que passou a usar crescentemente os mecanismos de mercado, que ainda continua sofrendo influência do seu Partido Comunista. De ambos os lados, parece que se caminha para sistemas que acabam sendo mistos, com maior ou menor intervenção governamental.
Parece claro que os investimentos nas pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias demandam prazos longos e nem sempre os mecanismos de mercado são suficientes para orientar as inversões mais recomendáveis. Isto tende a acontecer tanto na infraestrutura quanto nas indústrias de base, ao lado de ações governamentais como as que cuidam da segurança nacional, que não são determinados pelos preços.
Os setores que foram escolhidos como estratégicos na China são: tecnologia da informação, automação e robótica, equipamentos para a aeronáutica e projetos espaciais, equipamentos marítimos e navegação de alta tecnologia, equipamentos para o transporte ferroviário, para os veículos com novas energias, para energia, agrícolas, novos materiais, biofarma e produtos medicinais avançados.
Os que se interessarem por mais detalhes, muitos deles foram divulgados pelo China – Britain Business Council, que parece muito interessado que os dois países tenham condições de estabelecer parcerias que beneficiem ambos, mas com consequência para o resto do mundo.