Suplemento Rumos da Economia do Valor Econômico
3 de maio de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: algumas insuficiências, economistas e empresários, opinião de jornalistas, um suplemento equilibrado | 2 Comentários »
Não há dúvidas que o Valor Econômico continua sendo um dos veículos mais equilibrados na imprensa econômica brasileira, colocando problemas além dos pontos de vista oficiais. Mas o quadro ainda não está claro, deixando margens para o que poderá continuar acontecendo, mesmo que todos desejem expressar pontos de vistas mais otimistas.
Parte substancial da capa do Suplemento do Valor Econômico
Os melhores jornalistas econômicos como Claudia Safatle, Ribamar Oliveira, Camilla Veras Mota, Marli Olmos e Daniel Rittner, entre outros, bem como analistas econômicos como Armando Castelar, Luis Carlos Mendonça de Barros e Daniel Leichwenring ao lado de muitos empresários tiveram a oportunidade de colocar seus pontos de vistas, todos cautelosos, pois nem tudo ainda está claro do que poderá acontecer no futuro próximo. Apesar do natural otimismo do governo que procura executar com dificuldades políticas as reformas que permitam assegurar um cenário mais positivo para os próximos anos, acelerando a recuperação que dá os primeiros sinais, quando comparado com uma base altamente recessiva.
Mas alguns problemas mais espinhosos não foram colocados de forma veemente, como o tratamento desigual entre os privilegiados que estão no setor público, principalmente, ainda intocados, e a massa expressiva de desempregados e modestos trabalhadores. Também não se tratou da reforma da administração pública para permitir a elaboração de programas e projetos mais detalhados e simplificação das exigências burocráticas que comprometem toda a economia, como as difíceis tarefas de execução dos trabalhos.
As dificuldades políticas são conhecidas, bem como a qualidade dos partidos e dos políticos, com seus problemas concentrados naturalmente no Legislativo. Os problemas do Judiciário mal começam a ser tocados, não havendo justiça com a sua demora nas decisões. O Executivo não consegue formular os programas e projetos indispensáveis, com seus funcionários encarregados de problemas de longo prazo sem prestígio para darem a suas contribuições. Somente com visões de curto prazo não podemos chegar a lugar nenhum. Os problemas das autoridades monetárias isoladas das fiscais não conseguem ter uma visão global que se exige no momento, com a importância das decisões políticas e jurídicas.
O setor produtivo da economia continua como se o setor privado pudesse independer da política tributária, monetária e cambial, inclusive no setor primário que bem ou mal veio sustentando a economia e o emprego, hoje ameaçado. Só se fala das dificuldades a boca pequena, com o receio de afetar a sensibilidade das autoridades.
Todos sabem que houve uma valorização exagerada do setor financeiro, onde o sistema bancário precisa recuperar suas rentabilidades para fazer face aos prejuízos com os créditos que foram concedidos e hoje são meras cifras nas contabilidades, com ativos mínimos correspondentes. Nunca os bancos foram capazes de inovações tecnológicas indispensáveis para os setores básicos da economia, quando as universidades e os centros de pesquisas sofrem cortes violentos nos seus orçamentos. A economia brasileira necessita, no mínimo, adaptar às condições locais as tecnologias importadas, para dar maior eficiência competitiva com o que acontece no exterior.
Os problemas brasileiros aparentam ser mais graves do que os que foram apontados, apesar dos esforços do governo, dos empresários e todos quantos dependem da economia brasileira, mesmo desejando ser otimista.
Muito bom o comentario Paulo a muito tempo que o capital financeiro no Brasil está asfixiando o capital produtivo.
Nos paises da Asia pelo que compreendo do que você fala o capital financeiro trabalha a favor do capital produtivo mas não o substitui como o que acontece aqui
Caro Mauricio,
Realmente, o importante é o capital voltado para o aumento da produção e da produtividade.
Paulo Yokota