A Imprensa e a Inovação no Brasil
30 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: inovações e a crise econômica envolvendo a imprensa, meios de divulgação e geração de receitas das publicidades, necessidade de economia de escala e aglomeração
A crise econômica que atinge o Brasil força inovações para a superação de suas dificuldades, envolvendo a imprensa, mas ainda há necessidades da consciência do aproveitamento da economia de escala e de aglomeração para a sua implementação.
Parte da capa do suplemento da Folha de S.Paulo sobre a inovação
Este site vem mencionando que os veículos de comunicação social do Brasil vêm procurando formas para superar a carência das verbas de publicidade, utilizando muitos suplementos que se centram em mercados específicos de interessados, ao mesmo tempo em que dissemina novas ideias para o público. O que parece indispensável é que nas implementações de muitas medidas haja o aproveitamento da escala e das economias provocadas pela aglomeração.
A Folha de S.Paulo publicou um suplemento sobre inovação no Brasil, mostrando casos onde ela está dando certo, mencionando o esforço da CNI – Confederação Nacional da Indústria que estaria coordenando a Mobilização Empresarial pela Inovação. Os empresários parecem conscientes que não basta aguardar iniciativas governamentais e se envolvendo com suas empresas nestes movimentos acabam acelerando a sua disseminação pelo país, com a menção de casos de sucesso.
Todos sabem que o Brasil sempre contou com estes tipos de iniciativas, mas a escala em que se está efetuando, comparando com os seus concorrentes, principalmente os países asiáticos, estamos ainda muito longe do desejável. Também parece necessário que se tenha a noção de que a aglomeração de muitos casos permite estímulos recíprocos, facilitando a criação de um clima entre as pessoas envolvidas, algo parecido com o que ocorreu no Vale do Silício, nos Estados Unidos.
Este tipo de constatação não é necessariamente uma novidade, pois depois da Segunda Guerra Mundial muitos países que na ocasião eram chamados ainda de subdesenvolvidos já adotavam o que começou a se cogitar na Holanda, para redução de suas distâncias com os desenvolvidos, onde o caso de maior destaque acabou ocorrendo em Cingapura. Já no Brasil, na CIBPU – Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai, no início dos anos 1960 se cogitava dos Polos de Desenvolvimento, usando modelos semelhantes. Mas até agora não se conseguiu dar uma escala para os diversos Distritos ou Zonas Econômicas Especiais que se nos baseiam mesmos princípios e tiveram sucesso em muitos países, notadamente na China.
O que parece possível de se deduzir destas dificuldades é que os papéis aceitam tudo, sendo fácil se formular programas deste tipo. A dificuldade parece residir na sua execução ou implementação, que não exige senão a forte disposição da gestão e sua persistência. É preciso fazer e muitas vezes os japoneses chegaram ao seu exagero e agora Cingapura parece estar conseguindo formar executivos para estas tarefas, o que não exige muita ciência, mas uma forte disposição de sua persistência, superando os obstáculos que vão surgindo. Seu exemplo e sucesso parecem estar sendo compartilhados pelos seus vizinhos.
Parece algo semelhante à terceirização de muitos projetos de infraestrutura que se procura colocar à disposição do setor privado no Brasil, que, além de maior flexibilidade na obtenção de recursos humanos para sua execução, teria condições de suplementar as necessidades com mobilização dos recursos para serem investidos e financiados. O que parece indispensável é que todos se vejam estimulados para a execução destas tarefas.
Mãos à obra….