Cautelosa Mudança da Política Japonesa na Ásia
6 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a cautelosa adesão ao Belt and Road chinês, ação chinesa com relação à Coreia do Norte, o fracasso do TPP, outros problemas sino-japoneses
De um aliado incondicional dos Estados Unidos, com as dificuldades atuais do governo Donald Trump, o Japão parece mudar cautelosamente sua política externa relacionado à Ásia visando à melhoria das relações com a China, tentando resolver alguns problemas regionais.
O primeiro-ministro Shinzo Abe, cautelosamente, informa sobre a mudança da política externa japonesa com relação à Ásia. Foto constante do artigo no Nikkei Asian Review
Se até agora o Japão não tinha aderido ao programa Belt and Road liderado pela China, alegando a necessidade de fortalecimento das relações asiática, aquele país está mudando sua política, visando uma atitude mais persuasiva da China com relação à Coreia do Norte no que se refere aos lançamentos dos seus foguetes com possibilidade de transporte de armas nucleares. Ainda que tenha também disputas de algumas ilhas entre os dois países, diante da saída dos Estados Unidos do TPP – TransPacific Partnership, alega a necessidade do incremento do comércio internacional entre os países da região do Pacífico.
Como o Japão continua dependendo para a sua segurança externa da aliança com os Estados Unidos, a mudança de política precisa ser muito cautelosa para evitar atritos com os norte-americanos. No entanto, o risco dos japoneses ficarem dependendo somente da tradicional aliança, com um governo que está radicalizando suas posições, acaba exigindo atenuações. O problema da Coreia do Norte é especialmente sensível para a população japonesa, pois a distância entre os dois países é mínima e qualquer acidente poderia provocar uma catástrofe.
O Japão está procurando consolidar o TPP mesmo sem a participação dos Estados Unidos, mas a Indonésia, que também é um país populoso no Sudeste Asiático, já se manifestou que este acordo não teria futuro sem os norte-americanos. As disputas de ilhas com a China estão sendo toleradas reciprocamente, ainda que sempre sujeitas a incidentes.
Com o tempo, o Japão sabe que necessitará aumentar seus esforços de defesa externa e para tanto está promovendo até a mudança de sua Constituição, também cautelosamente, pois, por ser o único país a sofrer em guerra um bombardeio atômico, a força da parcela de sua população que não aceita armamentos nucleares é grande.
Na realidade, o mundo já conta com problemas complexos e há que se encontrar soluções diplomáticas para reduzir as tensões entre países com posições diferentes sobre muitos problemas.