Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Reações à Saída do EUA do Acordo de Paris

2 de junho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: China tenta assumir o comando, o problema do financiamento dos projetos de redução dos poluentes, o vazio existente no comando

clip_image002Como era previsível, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris deixou um vazio no comando mundial visando a redução dos lançamentos dos poluentes. Isto cria problemas como a saída de outros países e o financiamento dos programas de redução dos lançamentos dos poluentes. A China está tentando assumir a liderança,

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, à esquerda, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Foto do artigo no site do Nikkei Asian Review

Um artigo de Mitsuro Obe e Kenji Kawase publicado no site do Nikkei Asian Review trata destes assuntos espinhosos, mostrando que a China, com a reafirmação dos seus compromissos de cumprimento do Acordo de Paris, se lança como forte candidata para assumir a liderança como país que se destaca na redução do lançamento de poluentes. O primeiro-ministro Li Keqiang aproveitou sua viagem à Europa para discutir com importantes dirigentes da União Europeia sobre estes assuntos.

Ao mesmo tempo, importantes dirigentes asiáticos registraram suas preocupações, notadamente no que se refere à saída de outros países e o grave problema de como suprir os recursos que poderiam ser arcados pelos Estados Unidos visando financiar projetos em todo o mundo na redução dos lançamentos dos poluentes.

Os governos da Coreia do Sul, do Japão, de Taiwan e da Índia fizeram declarações neste sentido pelas suas autoridades mais elevadas que cuidam destes assuntos, como consta do artigo publicado no artigo do Nikkei Asian Review.

Também dirigentes do passado de organizações internacionais como as Nações Unidas que se empenharam no Acordo de Paris fizeram declarações manifestando suas preocupações com possíveis retrocessos no que já estava estabelecido com ampla participação de quase duas centenas de países.

Como em política nunca que admite espaços vazios, se os Estados Unidos ocupavam uma posição de comando como o maior país do mundo e se demite desta liderança natural, a China, que é a maior poluente atual e está fortemente engajada na sua redução, surge como a candidata a ocupar esta posição. Até agora os chineses não revelaram se estão dispostos a acrescentar suas contribuições financeiras para financiar projetos de outros países nesta direção, onde o Brasil aparece com posição de destaque com seus projetos, notadamente na preservação da floresta amazônica.

Tudo indica que haverá intensas negociações diplomáticas nos próximos meses, pois países importantes já manifestaram a continuidade dos seus esforços, com destaque para os europeus e os asiáticos.