Empresas Japonesas Inovam no Plantio do Arroz
10 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: do plantio tradicional em polders para o direto, uso de equipamentos da Kubota e produtos químicos da Sumitomo Chemical
Um artigo publicado no Nikkei informa que a Kubota e a Sumitomo Chemical juntaram seus esforços para tentar reduzir em 30% o custo da produção do arroz, que tradicionalmente era feita em polders com água.
Foto da colheita do arroz de grão curto com plantio direto, usando equipamentos da Kubota e produtos químicos da Sumitomo Chemical, publicada no jornal Nikkei
Como se sabe, na Ásia predomina o arroz de grão curto plantado com mudas em polders com água, que exigem grandes sacrifícios dos agricultores. A Kubota, tradicional fabricante de muitos equipamentos agrícolas e a Sumitomo Chemical, fornecedora de produtos químicos como os usados na agricultura, juntaram seus esforços para reduzir os custos da produção deste tipo de arroz pelo plantio direto, como já é efetuado com a soja. Evidentemente, visam a demanda de seus produtos, mas provocam uma redução de 30% do custo desta produção de arroz, exigindo também menores esforços físicos dos agricultores.
Eles estabeleceram a meta de 2020 para a introdução maciça destas novas técnicas. O arroz seria plantado diretamente no campo, não necessitando de mudas atualmente plantadas em áreas com água. Isto reduz o tempo de trabalho em um terço, mas as tradições nem sempre permitem a mudança das práticas com a velocidade desejada. A Kubota está utilizando ferro em pó para revestir as sementes, além de providenciando os equipamentos para os plantios diretos.
Arroz de grão curto, tipo cateto, plantado na água
Certa profundidade no solo no plantio ajuda a garantir colheitas mais estáveis. A Sumitomo Chemical está projetando as sementes do arroz mais curto, tipo cateto, que é mais consumido pelos japoneses por serem mais grudentos e são mais difíceis de terem as hastes derrubadas pelos ventos, permitindo uma produção de 30% a mais por área.
Arroz longo, tipo agulha, plantado no sequeiro no Brasil
As experiências efetuadas estão reduzindo os custos de 20 a 30%. Estas novas técnicas podem ser utilizadas também pelos grandes produtores e tudo indica que é mais semelhante com o arroz de sequeiro produzido no Brasil. As autoridades japonesas esperam a redução do custo em 40% numa década. O número de trabalhadores seria reduzido entre 16 a 22% ao longo de 15 anos.
As novas tecnologias visam também à saúde dos agricultores ao mesmo tempo em que os tornam mais competitivos.