É Preciso Preservar o Setor Rural
17 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a sustentação da economia brasileira, não é possível dar maior prioridade à demanda dos políticos, o financiamento da safra 2017/2018
O artigo de Cristiano Zaia publicado pelo Valor Econômico informa que no financiamento da safra 2017/2018 começa o aperto ao setor rural que veio sustentando a economia brasileira, apesar do câmbio desfavorável.
Palestra de Delfim Netto no Seminário do Agrobusiness 2017/2018
Todos sabem que o agrobusiness veio sustentando a economia brasileira, mas o sistema de crédito para a próxima safra de 2017/2018 já vem sinalizando uma era de aperto no crédito rural, o que é preocupante, pois os agricultores já estão tendo uma receita mais baixa com o câmbio que vem sendo praticado atualmente, quando a concorrência internacional se torna mais acirrada, notadamente com os Estados Unidos.
Ainda que a produção física tenha sido recorde na atual safra, os problemas de escoamento da mesma com as estradas precárias acabam apresentando problemas, exigindo armazenamentos inadequados e a espera de melhoria dos preços, que dependem do mercado internacional. As produtividades nos Estados Unidos estão melhorando, principalmente com a melhoria das máquinas que estão sendo utilizadas naquele país. Como a demanda, como a da China, apresenta algumas dúvidas sobre a evolução nos próximos meses, os preços futuros passam a ser preocupantes, mesmo que por hora estejam sendo mantidos mesmo com o aumento do endividamento chinês.
Internamente no Brasil, o governo vem ampliando os atendimentos dos políticos que dão suporte a Michel Temer, consumindo apreciáveis recursos, tanto com prejuízo à saúde, à educação e às pesquisas. Sem um suporte claro para o setor rural, o que se sacrifica é o futuro próximo, pois as ofertas dos concorrentes estão se ampliando, indicando fortes possibilidades de que os preços serão mantidos baixos.
Este site vem procurando notícias mais otimistas que mantenham o ânimo dos brasileiros, mas são difíceis de serem conseguidos. Se o setor rural que também veio contribuindo para a queda da inflação não puder continuar estimulando os demais setores da economia brasileira, as tendências de prazo médio se tornam mais preocupantes, sem permitir uma recuperação econômica como se espera.
Quando a economia está numa situação recessiva como atualmente no Brasil, o usual é tornar a política monetária e creditícia um pouco mais flexível, pois não há condições para o aumento significativo das pressões inflacionárias. Mas parece que não haja uma grande flexibilidade das autoridades para a tomada de atitudes mais ousadas que só ficam na publicidade, sem estar acompanhada de medidas objetivas.
Parece que o governo precisa ficar consciente que uma frustração nesta recuperação pode deixar a população mais crítica do ponto de vista político, pois sua capacidade de resistir à deterioração da qualidade de vida já está no limite, salvo para aqueles que possuem reservas patrimoniais apreciáveis, que são poucos no Brasil.