The Economist Comenta as Forças Armadas Brasileiras
7 de julho de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: a defesa do pré-sal, as proteções das fronteiras internacionais, não se pode utilizar para funções policiais, um assunto pouco discutido no Brasil
A revista internacional The Economist comenta que as Forças Armadas Brasileiras só funcionam efetivamente em Tabatinga, cidade de 62 mil habitantes na fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, em plena floresta Amazônica.
Batalhão de Infantaria na Selva do Exército Brasileiro
A presença no Haiti, comandando uma missão da ONU, é quase simbólica e deverá terminar brevemente. As outras são eventuais, em promoções internacionais como as Olimpíadas de 2016 e algumas reuniões que contam com autoridades estrangeiras, além do distorcido policiamento nas favelas do Rio de Janeiro, que deverá ficar com a Guarda Nacional Republicana, que reunirá um pequeno contingente de 7 mil homens pelas limitações de recursos. Estes policiamentos locais deveriam ser da responsabilidade das polícias militares, mas eventualmente, diante de suas limitações, teriam que contar com complementações da Guarda Nacional, mediante solicitação expressa das autoridades estaduais.
Problemas policiais não deveriam contar com tropas federais que não foram treinadas para tanto, além de poderem ser corrompidas nos envolvimentos com traficantes
As necessidades das tropas federais, além das proteções das fronteiras internacionais para evitar contrabandos de drogas e armamentos, haveria de contar com forças ágeis para proteção das reservas minerais como no pré-sal, que contam com custosos equipamentos sujeitos a ataques terroristas visando prejudicar o país. No momento, não há problemas com seus vizinhos, mas não podem se fiar nesta hipótese de forma permanente.
O Brasil está providenciando a renovação de aviões de caça para a proteção da Capital e das autoridades e, apesar de seu litoral de grande extensão, não conta com uma marinha de guerra para a proteção externa.
Brasília deveria ter tropas ágeis para proteção das autoridades, ainda que parte da responsabilidade seja da Polícia Militar, que visa evitar demonstrações políticas violentas, como as que estão se multiplicando recentemente.
Como o Brasil não enfrenta problemas externos que não possam ser resolvidos pelas ações diplomáticas tradicionais do país, nas atuais limitações de recursos só pode contar com o mínimo indispensável. Mas os especialistas entendem que um país como o Brasil deveria ter este mínimo que não dispõe no momento.
Apesar de possuir 334 mil militares, com alguns equipamentos herdados depois da Segunda Guerra Mundial que estão totalmente obsoletos, necessita de outros novos. O Exército goza de bom conceito da população, não sendo suspeito de corrupções como os políticos. Esta é uma situação delicada, pois não contando com nada para manter a sua independência, acaba ficando dependente de outras potências externas ou entidades internacionais que não têm se mostrado eficientes.