Amazon e Alibaba Competem no Sudeste Asiático

3 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as grandes empresas de vendas online no Sudeste Asiático, causas destas diferenças, presenças modestas no Brasil

Quando meus amigos que conhecem ambas as regiões me perguntam por que ocorrem estas diferenças na presença de grandes empresas internacionais de vendas online, acabo sem uma resposta satisfatória. São evidentes que as perspectivas das demandas futuras são mais promissoras naquela região, mais quais seriam suas causas?

                             Gráfico publicado no artigo do Nikkei Asian Review

Os diversos países que foram o ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático estão atuando como uma espécie de mercado comum, todos apresentando crescimentos significativos, beneficiando-se reciprocamente, ainda que apresentem diferenças significativas no desenvolvimento que já obtiveram. A pequena cidade-país que é Cingapura, hoje pode ser considerada desenvolvida, funcionando como uma espécie de capital financeira regional, quando há cerca de três décadas era simplesmente um porto importante naquela região.

Atualmente, informa-se que a Alibaba investe cerca de US$ 2 bilhões para estabelecer na região um eficiente sistema logístico para atender seu sistema de vendas online, com participação de uma empresa local.

Foto do centro logístico da Lascada, que conta com a participação da Alibaba, publicada no Nikkei Asian Review

Na média, estes países do Sudeste Asiático são mais pobres que o Brasil, mas parece que investem pesadamente no incremento das relações internacionais, notadamente exportação e importação, utilizando somente os recursos que conseguem com a produção, não exagerando em antecipar demandas contando com o que ainda não foi produzido. Eles executam uma política econômica responsável, não se endividando muito nem tendo desequilíbrios como inflações elevadas. Suas tributações são mais modestas e as máquinas administrativas públicas são menores que as brasileiras. Não contam com elevados recursos naturais como o Brasil e enfrentam climas tropicais semelhantes com partes do nosso país, tendo problemas climáticos como as monções.

As infraestruturas que estes países dispõem são modestas e utilizam o transporte marítimo, que deve ser mais barato e estão envolvidos hoje num programa comum com a China para o estabelecimento das novas Rotas da Seda, como no passado, com os aperfeiçoamentos tecnológicos atuais. Estava estudando o TPP – TransPacific Partnership que, com a saída dos Estados Unidos, sofreu um baque, mas procura fazer o que é possível com a participação do Japão e da Austrália.

Mesmo que estas observações não sejam totalmente exatas, o fato mais claro parece ser que eles trabalham arduamente para superar suas dificuldades, gastando menos do que produzem, investindo parte do que é possível, com bastante realismo. Acabam atraindo investimentos estrangeiros que, ao procurar aproveitar o mercado que está se expandindo, também contribuem para a eficiência maior das suas economias. Nada que o Brasil, com um pouco de inteligência, não possa fazer também.