Blá-Blá-Bá Só Atrapalha
11 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: exageros de discursos em que ninguém mais acredita, necessidade de medidas mais sensatas, os lamentáveis índices de impopularidade do governo Michel Temer
Ainda que os noticiários no Brasil sejam bombardeados diariamente com pronunciamentos do presidente Michel Temer com supostas informações otimista, as pesquisas de opinião indicam que sua credibilidade está cada vez mais baixa. Parece que seria recomendável que outras estratégias mais críveis sejam usadas, pois os dados do setor privado mostram uma realidade bastante diferente da apresentada pelo governo.
Gráfico publicado no artigo do Valor Econômico
Não parece sensato imaginar que o povo não sabe avaliar o que está acontecendo com ele, que sofre na própria pele o efeito do elevado desemprego que deixa sua família em petição de miséria, onde quem consegue uma ocupação precária tem seu salário inferior ao do passado. As autoridades que estão em Brasília em confortáveis gabinetes de ar-refrigerado é que podem estar mal informadas.
Todos sabem que as empresas não vêm fazendo investimentos e sua capacidade de produção está se deteriorando com os desgastes e envelhecimentos tecnológicos de suas máquinas. A utilização desta capacidade de produção, colocando alguns produtos no mercado externo, ainda é insignificante como fica claro nestas informações fornecidas pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e utilizadas pelos empresários capazes de falar a verdade.
Gráfico da utilização da capacidade produtiva da indústria brasileira de automotores publicado no artigo do Valor Econômico
Todos sabem que a indústria automobilística brasileira é das mais importantes e que ela não vem aumentando a sua capacidade produtiva com a instalação de novas fábricas. Se sua utilização continua mais baixa do que no passado, certamente é uma informação preocupante, pois a safra agrícola brasileira é transportada quase na sua totalidade por caminhões, por estradas precárias, que provocam seus desgastes. Não parece necessário ser muito inteligente ou especialista para que estes dados reflitam a difícil situação em que nos encontramos e, mesmo que tudo fosse feito corretamente, devemos levar alguns anos para chegar ao ponto que já estávamos no passado.
Dados semelhantes foram apresentados num artigo do Valor Econômico referindo-se ao setor de limpeza e perfumaria, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metal, metalurgia, plásticos e alimentos, com pequenas mudanças, mas todos com tendências parecidas.
Será que o governo, os políticos, os funcionários públicos de alto escalão não leem os jornais, pois todos continuam gastando na ampliação dos custeios, aumentando os impostos e fazendo gastos para os seus eleitores, não percebendo que a situação é muito grave e exige medidas de emergência, qualquer que seja o governo? Não estamos atacando os problemas reais da economia brasileira, infelizmente.