Retrocessos que Precisam ser Corrigidos

14 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldades nas chuvas intensas, fiações de comunicação social, necessidade de fiações subterrâneas, privatização da distribuição de energia

Quem conhece a cidade de São Paulo há décadas sabe que há algum tempo não havia fiações confusas como hoje, que a cada chuva provoca problemas que não são resolvidos rapidamente.

Fiação nos postes que aparenta um verdadeiro caos. Foto no Estadão

Todos acham que as privatizações de alguns serviços públicos deveriam aumentar a sua eficiência. No entanto, até o momento fica uma impressão que ela vem se reduzindo, multiplicando, por exemplo, fiações de todos os tipos e a cada chuva existem deficiências na continuidade do fornecimento destes serviços, com reparos demorados, quando os consumidores que pagam por eles são cada vez pior atendidos.

Quando houve a privatização da distribuição da energia elétrica em São Paulo, a estatal que cuidava do assunto contava, bem ou mal, com fiações e estações abaixadoras razoáveis. As vencedoras das licitações pagaram muito para contar com a concessão destes serviços, além de outros encargos inconfessáveis, tendo contraído empréstimos no exterior, inclusive para o pagamento dos ágios que foram elevados. Para honrarem estes empréstimos no exterior “canibalizaram” as empresas alienando seus equipamentos, deixando os serviços mais precários, incapazes de enfrentar as chuvas torrenciais que são frequentes em São Paulo, acompanhadas de trovões.

Ao mesmo tempo, foram concedidas novas licenças, como para a exploração de serviços de internet e outros que utilizam fiações, multiplicando os fios colocados sobre os mesmos postes, sem se providenciar suas proteções subterrâneas. As fiações hoje existentes beiram o caos, agravados pelos roubos de fios, como os de cobre.

Não se justificam privatizações para piorar as eficiências enquanto alguns demagogos enfatizam a necessidade de embelezamento da cidade, sem que fossem providenciadas as suas instalações subterrâneas, menos sujeitas aos raios que são abundantes na metrópole paulistana. Parece que é urgente que se restabeleça, no mínimo, a qualidade com que se contavam, evitando retrocessos desta natureza. Os programas que estão sendo anunciados devem demandar um bom espaço de tempo, pois estes túneis subterrâneos demandam custos como os que já se observaram em poucas ruas nos Jardins.

Os que viajam por muitos países, inclusive pobres, raramente veem cenas como as que são observadas em São Paulo. Não parece que seja tecnicamente difícil de resolver.