Um Importante Empresário Nipo-Brasileiro em Angola
25 de agosto de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: Angola a antiga colônia portuguesa, atividades variadas num país que deixou de contar com muitos portugueses, empresário com bom relacionamento com o governo
Muitos afirmam que o nipo-brasileiro Valdomiro Minoru Dondo, que começou a atuar em Angola como trader do grupo Disco, é o empresário mais importante com ótimo relacionamento com José Eduardo dos Santos, do qual dizem é o principal sócio. Ele ocupou o comando do poder como ditador naquele país por 38 anos e deve passar agora para o general João Lourenço, que representa a situação nas eleições.
Foto de Valdomiro Minoru Dondo, publicada no Valor Econômico
Angola foi colônia de Portugal e ficou independente em 1975. Conta com a renda do petróleo como sua principal fonte de sustentação, mas que nas próximas décadas deve entrar em declínio no mundo. Muitos brasileiros foram para aquele país para ajudar na sua estruturação, notadamente no setor econômico e de saúde, com as experiências acumuladas no Brasil. Os brasileiros são considerados como o irmão mais velho. Muitos dos angolanos de origem portuguesa, que já tinham atividades consolidadas naquele país retornaram a Portugal e vieram depois trabalhar no Brasil, inclusive no comércio exterior.
Entre as empresas brasileiras, a Odebrecht foi a que construiu uma hidroelétrica naquele país, tendo uma importância que só podia manter com um policiamento próprio. O governo japonês procurou Dondo para estabelecer um bom relacionamento com o governo daquele país, mas ele não tinha disposição para tanto. Muitos o consideram o maior empresário nikkey no mundo, tendo inclusive algumas atividades no Rio de Janeiro, mas não costumava dar entrevistas.
Ele concedeu uma longa a Marcos de Moura e Souza que a publicou no Valor Econômico, ocupando uma página. Ele afirma que o general João Lourenço, apesar do discurso reformista, deve se comportar como Mauricio Macri, na Argentina, devendo se ajustar à realidade, mantendo basicamente o que veio sendo feito.
Os interesses dos angolanos é que os brasileiros ajudem a desenvolver a agricultura e a pecuária naquele país, cujos solo e clima se assemelham aos do Brasil, notadamente o seu cerrado, por se localizar em paralelos idênticos. Considerando as realidades africanas, pode-se dizer que Angola constitui algo parecido com a transição com a África do Sul, contando com muitos minérios, ainda com resquícios das realidades tribais, que são difíceis de serem compreendidas pelo resto do mundo.