Briga de Gente Grande
5 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: ameaças concretas, Brasil luta para preservar o mercado de aviões regionais, Embraer disputando com países que contam com importantes apoios governamentais
Um artigo publicado por Assis Moreira no Valor Econômico, com base na entrevista do presidente da Embraer, mostra que o Brasil está sendo ameaçado pelo Canadá, China, Rússia e Japão nos seus aviões para transportes regionais.
Presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva concedeu entrevista para o Valor Econômico em Xiamen, durante a reunião do BRICS
A Embraer possui 58% do mercado de jatos regionais, sendo altamente competitiva seguida da canadense Bombardier com cerca de 30% e a russa Sukhoi com 4%, o que torna o Brasil na terceira posição quando se incluem os grandes jatos, segundo informações do mercado. A China programa para 2023 estar com o seu ARJ-21, de 81 assentos, e o C919, de 150 assentos, que também são regionais. O Japão também está se preparando para participar deste mercado. O problema do Brasil é que seus concorrentes contam com subsídios concedidos pelos seus governos, o que não deveria ser permitindo, gerando uma disputa na OMC – Organização Mundial de Comércio.
A Embraer entregou 18 aviões para os chineses e já tem outros 20 confirmados, mas foi alertado que depois as vendas brasileiras dependerão do mercado onde a China pretende proteger seus fabricantes de aviões desta faixa.
A Embraer possui uma carteira de pedidos firmes de 300 aviões, mais as cartas de intenções que permitem chegar ao total de 650 aparelhos. O Brasil também produz o seu cargueiro militar KC 390 que se demonstra competitivo, mas que dependem eminentemente de decisões políticas.
Os subsídios de outros países concorrentes são dados com alegações de pesquisas e outras desculpas, mas acabam sendo relevantes para o conjunto de suas competitividades, sendo que as condições brasileiras não são as mais favoráveis. Se a economia brasileira voltar a um crescimento consistente, espera-se voltar em 2023 ao nível de antes de 2013, pois envolve também os aviões executivos que estão em flutuações no mercado mundial atualmente.
Este é o exemplo de um setor de tecnologia de ponta que depende fortemente de um crescimento substantivo da economia brasileira.