Esposas Japonesas Voltando a Trabalhar

29 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: facilidades nos encargos familiares, particularidades entre as japonesas, realizações profissionais

Ainda que se possa considerar como normal que muitas esposas voltem a ter empregos regulares no mundo de hoje, parece que existem algumas particularidades entre as japonesas.

Muitas esposas japonesas estão voltando a trabalhar regularmente pelas mais variadas razões, ainda que as rendas dos seus maridos sejam razoavelmente elevadas

Uma notícia distribuída pela agência Kyodo, não muito clara, foi publicada no Japan Times informando que mais esposas japonesas estão voltando a trabalhar regularmente, mesmo quando seus maridos possuem remunerações que possam ser consideradas satisfatórias. Ainda que isto esteja acontecendo em todo o mundo, parece que no caso japonês existem algumas particularidades que as diferenciam.

Estes dados foram revelados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do governo japonês, ao divulgar o chamado White Paper on the Labor Economy. Consideram que as remunerações dos maridos são satisfatórias quando superaram a US$ 88.800 anuais no ano passado. O percentual de suas esposas que também trabalham regularmente teria passado para 56,1% quando era de 46,8% em 2002, com salários correspondentes à metade dos seus maridos, mas tudo indica que estas diferenças salariais estão se atenuando.

O que vem acontecendo no Japão com famílias que possuem rendas elevadas é que muitas das esposam acabam se separando quando os maridos se aposentam e ficam incomodando-as nas pequenas residências que utilizam. Sabidamente não existem muitas empregadas domésticas ou faxineiras naquele país, pois seus custos são elevados.

As mulheres de certa idade que possuem formações culturais mais elevadas ou patrimônios independentes preferem organizar grupos com suas colegas de adolescência para viajar com frequência. Ou se reunir para jantares ou programas noturnos, bem como visitas a museus, galerias ou espetáculos de orquestras, kabuki ou teatros do tipo ocidental. Também produzem muitos tipos de obras de arte, mesmo que não sejam profissionais.

Evidentemente, as mais modestas tinham o encargo de cuidar das educações de suas crianças que se tornando independentes não necessitam destes cuidados. Mas muitas ainda possuem encargos de cuidar da saúde dos seus idosos ou supervisionar o que podem conseguir em instituições especializadas.

Também contam com empregos regulares que lhes permitem atividades com as quais se realizam do ponto de vista individual. Mas o ponto central é que o custo elevado das empregadas ou faxineiras exige que se realizem adaptações em suas vidas, que também se tornam mais complexas com seus níveis patrimoniais e a disponibilidade de realizações pessoais dependendo de suas preferências individuais. Muitas se dedicam, também, a serviços voluntários para atender os menos privilegiados da sociedade japonesa.