Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Problema dos Apátridas

12 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: o antigo Comitê de Refugiados da ONU, os problemas atuais, posição brasileira

imageNos anos que se seguiram ao término da Segunda Guerra Mundial, a ONU – Organização das Nações Unidas organizou o Comitê de Refugiados com a qual tivemos a oportunidade de colaborar.

Necessidade dos refugiados em consequência da Guerra

Com o término da Segunda Guerra Mundial, alguns países desapareceram como os dos curdos e dos armênios, deixando que grandes populações se tornassem apátridas, sem contar com seus passaportes. As Nações Unidas tiveram que providenciar documentos precários pelos quais eles poderiam ser reconhecidos. Agora, um artigo publicado por Eliane Trindade na Folha de S.Paulo enfoca o caso da Maha Mamo, nascida no Líbano, que também se tornou apátrida sendo acolhida pelo Brasil, sem contar com a adequada documentação que lhe permita viajar e trabalhar em muitos países. Só os que experimentaram situações semelhantes podem avaliar em toda a sua extensão as dificuldades destas pessoas.

Além destas experiências, tive a oportunidade de ajudar alguns coreanos que, entre o Sul e o Norte, só contam com suspensão das hostilidades com a interferência se alguns países, sem as Nações Unidas. Como houve um longo período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, quando a Coreia era colônia do Japão, alguns vieram para o Brasil agregados aos japoneses e só voltaram a conviver com a comunidade coreana depois que seus imigrantes vieram para o Brasil. Estes coreanos voltaram a recuperar a sua cidadania, o que é um caso raro.

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Foto incluída no artigo da Folha de S.Paulo, que vale a pena ser lido na íntegra

A apátrida libanesa reconhece que, apesar de todas as precariedades, o Brasil é dos poucos países no mundo que recebe de braços abertos os refugiados de muitos países estrangeiros. Talvez não tenham todas as condições para refazer suas vidas, mas eles contam com o mínimo de solidariedade dos brasileiros.

No Brasil, tirando os que são de origem indígena, mesmos os portugueses ou afro-brasileiros somos todos imigrantes ou seus descendentes. Mais do que natural que acolhamos, com o pouco que temos, todos os imigrantes, mesmo que sejam apátridas. Precisamos encontrar mecanismos para reduzir suas dificuldades, o que não depende somente do Brasil, mas de todos os países do mundo.