O Que Está Acontecendo nas Melhores Universidades do EUA
4 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: aumento dos alunos de origem asiática nas melhores universidades dos EUA, ligeiro crescimento dos estudantes brancos, redução dos hispânicos e negros
Análises efetuadas por Jeremy Ashkenas, Haeyoun Park e Adam Pearce para o The New York Times mostram que, de 1980 até 2015, aumentou sensivelmente o número de jovens de origens asiáticas, um pouco dos brancos, com redução significativa dos hispânicos, além de ligeira diminuição dos negros nas cem melhores universidades dos Estados Unidos, que envolvem as emblemáticas públicas até as chamadas da Ivy League.
Gráfico dos estudantes de 100 universidades dos Estados Unidos, de 1980 a 2015, de acordo com suas origens, constante do artigo publicado no The New York Times
Mesmo depois de décadas de uma ação afirmativa procurando aumentar a quantidade de estudantes negros e hispânicos nas cem universidades, das mais tradicionais e antigas norte-americanas incluídas na chamada The Ivy League como a Harvard, Princeton, Yale, Columbia, Brown, Cornell, Dartmouth e Pensilvância, a medida não obteve sucesso.
Os calouros negros nas escolas de elite não se alteraram desde 1980, sendo somente de 6%, embora 15% dos norte-americanos desta raça estejam no curso superior, conforme pode se verificar no gráfico abaixo.
Gráfico que mostra que os calouros negros nestas faculdades não se alteraram, mas os estudantes que estão nelas chegam a 15%, conforme gráfico publicado no The New York Times
Os estudantes hispânicos estão frequentando as escolas de elite nos Estados Unidos, mas o seu crescimento não acompanhou o aumento de jovens desta origem nos Estados Unidos, como pode se verificar no gráfico abaixo.
Gráfico que mostra que a população de jovens hispânicos está aumentando, mas os estudantes nas boas universidades não acompanharam este crescimento, conforme gráfico publicado pelo The New York Times
Os estudantes negros e de origem hispânica aumentaram nas faculdades que não são consideradas de elite neste período de 1980 até 2015, segundo o artigo. Os estudiosos verificam que este fenômeno é devido aos cursos feitos anteriormente que não habilitam os negros e hispânicos a terem o mesmo desempenho quando estão nos cursos superiores, notadamente das instituições que são consideradas de melhor nível. Todos sabem que nos Estados Unidos formar-se em universidades de elite já é um elevado credencial para bons empregos
Quando se compara estes dados com os mais superficiais percebidos no Brasil, nota-se que os negros ainda são em número baixo nas universidades, sendo poucos os que ocupam posições de destaque nas empresas. No caso dos hispânicos, o seu número no Brasil não é expressivo. Só recentemente estabeleceram-se cotas para estudantes negros e de outras minorias.
Quanto aos asiáticos, até algumas décadas passadas havia relativamente um grande número destes estudantes nas boas universidades, o que parece estar se reduzindo, principalmente com a diminuição do número de descendentes de japoneses, quando coreanos e chineses ainda são em pequeno número no Brasil.