Os Trens de Alta Velocidade da China
8 de setembro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no The Economist, o programa mais amplo do que todo o resto do mundo, rejuvenescimento depois do desastre
Tudo que os chineses fazem são em escalas surpreendentes e o artigo do site do The Economist informa sobre o novo plano de trens rápidos na China que supera a soma do resto do mundo, devendo aumentar a atual rede em 30 mil quilômetros entre 2016 e 2020, conectando mais de 80% das principais cidades daquele país.
Mapa da rede de trens rápidos na China, em funcionamento e em construção ou planejada para implantação até 2020, comparada com o resto do mundo, constante do artigo do site do The Economist
Em menos de uma década, a China conta com a rede de trens rápidos onde o governo daquele país investiu cerca de US$ 360 bilhões. Eles enfrentaram dificuldades de corrupção e dois trens de alta velocidade colidiram perto da cidade de Wenzhou, matando 40 pessoas e ferindo cerca de 200 outras. Em consequência, a velocidade máxima dos trens foi reduzida de 350 quilômetros por hora para 300, ao mesmo tempo em que provocava muitas punições dos seus responsáveis.
Hoje, o plano quinquenal ferroviário daquele país para 2016 a 2020 volta a planejar mais 30 mil quilômetros de extensão, ligando 80% das principais cidades da China, voltando a ser lucrativas segundo o artigo. Um grupo do Banco Mundial considera os trens chineses de classe mundial. No próximo dia 21 de setembro, a principal ligação entre Beijing e Xangai diminui a sua velocidade de 400 quilômetros horários para 350, provocando o seu rejuvenescimento.
O mapa acima dos trechos já em operação e os em construção ou projetados mostra que toda a parte Leste da China, onde estão suas grandes cidades e atividades econômicas, estarão interligadas por estes sistemas, restando somente a Oeste, onde suas atividades são menos expressivas. Chega-se até a proximidade da Mongólia, ao Norte, cobrindo uma área correspondente à Europa.
Suas relações com o exterior utilizam as chamadas novas Rotas das Sedas que, além das terrestres, utilizam muito das marítimas, interligando com a Europa, o Oriente Médio e a África, que são estratégicas para o seu abastecimento. No mais, seus transportes aéreos de baixos custos intensificaram os intercâmbios, principalmente de turistas em ambos os sentidos. Mesmo não tendo pretensões colonialistas, a intensificação do intercâmbio econômico com o mundo globalizado estaria assegurada para as próximas décadas, tirando o máximo partido da integração nacional.
Tudo isto mostra a importância de uma visão de longo prazo, ainda que ajustes tenham que ser feitos nas variações conjunturais no mundo.